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Nova ETAR de Câmara de Lobos pronta no verão do próximo ano

O investimento ronda os 6,6 milhões euros e será cofinanciado em 85% pelo PO SEUR 13-09-2016 Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas
Nova ETAR de Câmara de Lobos pronta no verão do próximo ano

Trata-se de uma obra, absolutamente, essencial para que a Região, e o Estado Português, possam cumprir integralmente a legislação nacional e comunitária, designadamente a Diretiva das Águas Residuais (DARU).


O investimento na ETAR de Câmara de Lobos ronda os 6,6 milhões euros e será cofinanciado em 85% pelo PO SEUR - Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.

 

Com as obras já no terreno, a Estação de Tratamento de Águas Residuais mantém a sua localização atual, mas será ampliada para ter capacidade de tratar todo o esgoto proveniente das diversas freguesias do concelho de Câmara de Lobos, melhorando o seu nível de tratamento, antes de ser descarregado no mar, através dum emissário submarino, que entregará as águas residuais, já tratadas, a 400 metros da costa e a uma profundidade de 25 metros.

 

Com esta nova infraestrutura, o governo, através da Águas e Resíduos da Madeira (ARM), pretende dotar o concelho de Câmara de Lobos de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais, que atinja um nível de tratamento primário, cumprindo as disposições legais em vigor.

 

A nova ETAR também passará a estar dotada de uma área específica para que as lamas provenientes da limpeza das fossas sépticas, por meio de camião limpa-fossas, possam ser descarregadas de forma adequada, mensurável, segura e salubre.

 

O edifício da ETAR de Câmara de Lobos será construído em estrutura de betão armado com cobertura ao nível da Rua Nova da Praia de modo a se integrar no tecido urbano envolvente. A ETAR terá uma área de implantação total de cerca de 915m² e uma área de construção de cerca de 2.250 m², incluindo respetivos equipamentos, instalações elétricas e automação.

 

Câmara de Lobos ganha nova praça

Na cobertura, cerca de 600 m² serão aproveitados para criar uma nova praça, com miradouro para usufruto da população, e que incluirá um pequeno jardim de 300 m², com plantas endémicas adaptadas ao ambiente marítimo, tais como: massaroco (Echium nervosum) e figueira-do-inferno (Euphorbia piscatoria). No jardim será incluída uma chaminé escultórica, estilizada pelo arquiteto João Lucas, e que fará a exaustão do ar tratado.

 

Processo de tratamento do esgoto

A chegada das águas residuais brutas à ETAR é realizada numa antecâmara, munida de um descarregador de tempestade. Esse descarregador entra em funcionamento na ocorrência de caudais extraordinários, decorrente de pluviosidade intensa, que possa colocar em causa a segurança da instalação.

 

No “poço de grossos” são retirados os seixos, os calhaus, as pedras e outros resíduos sólidos afluentes à ETAR, aspeto que assume particular importância atendendo ao facto de existirem na rede de drenagem servida alguns troços unitários (água residual e pluvial).

 

Segue-se a gradagem, processo que permite a retenção de sólidos de maiores dimensões, que afluem nas águas residuais, e que potencialmente podem danificar os seus diversos equipamentos. Não é incomum encontrar latas, garrafas de plástico, peças de madeira, pensos ou fraldas.

 

Como se sabe, as águas residuais transportam partículas finas e gorduras provenientes do sistema de recolha e que obrigam a um desarenamento e desengorduramento. A existência destes resíduos promovem a colmatação e entupimentos, têm um efeito abrasivo nos equipamentos a jusante, e podem ter um efeito adverso no tratamento do efluente e das lamas produzidas.

 

As águas residuais pré-tratadas são então encaminhadas para os decantadores primários, onde as partículas sólidas em suspensão são separadas por ação da gravidade e ficam depositados na tremonha de lamas. Após o tratamento promovido na ETAR, as águas tratadas são encaminhadas para o emissário submarino para descarga no oceano, afastando o ponto de descarga das áreas costeiras. No caso de Câmara de Lobos, o exutor terá cerca de 400 metros e uma profundidade a rondar os 25, possuindo na sua extremidade um conjunto de difusores, que têm como função garantir a máxima mistura e dispersão do efluente tratado na ETAR, no meio recetor natural, o oceano.

 

No fundo do decantador lamelar ficam depositadas as lamas primárias. Estas lamas são constituídas maioritariamente por matéria fecal, desperdícios de comida, fibras e argilas, e tendem a se decompor rapidamente, pelo que são removidas para tratamento (espessamento, desidratação, estabilização e armazenamento).

 

Tratamento dos odores assegurado

A emissão de odores associada às estações de tratamento de águas residuais urbanas (ETAR) constitui um dos impactes mais sensíveis na população e meio ambiente envolvente, especialmente em meios urbanos.

 

A desodorização será realizada com o recurso a um bio filtro. Num sistema de tratamento por bio desodorização, o ar extraído dos órgãos e equipamentos a desodorizar, é humidificado previamente com água numa torre de pré-lavagem em contracorrente (scrubber), antes da entrada no bio filtro propriamente dito, ficando saturado em água. Além disso, fica aí retida a maior parte de partículas de pó e matéria condensada que o ar possa ter arrastado, tendo ainda este humidificador um papel de amortecimento das variações de concentração dos poluentes transportados.

 

O ar devidamente pré-tratado é então conduzido ao bio filtro, repartido em duas células independentes, seguindo para as respetivas câmaras de descompressão sob o fundo falso de suporte do material filtrante. O ar é assim distribuído através da área do bio filtro, sendo conduzido em fluxo ascendente através da camada filtrante biologicamente ativa. O ar tratado é então libertado para a atmosfera, por meio de uma chaminé, assegurando os objetivos de qualidade de modo a que se tornem impercetíveis pela população em geral.

 


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