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A diferenciação é uma oportunidade num desafio chamado globalização

Ideia transmitida por Jorge Carvalho no III Encontro Municipal de Juventude da Calheta. 26-07-2017 Educação, Ciência e Tecnologia
A diferenciação é uma oportunidade num desafio chamado globalização

O Secretário Regional de Educação, Jorge Carvalho, desafiou os jovens a apostarem no conhecimento e distinguirem-se num mundo cada vez mais global pela diferença. Foi no III Encontro Municipal de Juventude, organizado pelo Município da Calheta esta quarta-feira (26 de julho), perante o preenchido auditório da Casa das Mudas, e “pegando” no poema de José Régio declamado pouco antes: “não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí”.

 
«Por vezes, o importante é precisamente não irmos por aí, porque é mais fácil seguirmos as ideias de terceiros, difícil é seguirmos os nossos desígnios», sublinhou, deixando duas sugestões de leitura para as férias: Tudo o que pensar, pense ao contrário, de Paul Arden, e O Elemento, de Ken Robinson. «Para que possam perceber porque muitos do que “não foram por aí” tiveram sucesso nas suas vidas.»
 
Jorge Carvalho interveio no âmbito do tema do Encontro, “Oportunidades e Desafios”, abordando a globalização, não tanto do ponto de vista tecnológico mas sobretudo do ponto de vista cultural. «Nós hoje somos cidadãos do mundo, ponto. Quem não tem essa perspetiva terá grande dificuldades numa sociedade toda ela mais próxima e comunicativa e só estaremos nesta globalização se a conseguirmos interpretar e não perdermos a nossa identidade cultural», defendeu, considerando que por pertencermos a uma Europa com cerca de 500 milhões de cidadãos, não deixamos de ser portugueses, madeirenses e, no caso particular daquela audiência, calhetentes. «A nossa cultura pode ser global. Todos nós conhecemos a aguardente há muito tempo, mas bastou mudar-lhe a terminologia para rum para passar a ser competitiva noutros mercados», exemplificou Jorge Carvalho.
 
Neste contexto, o Secretário Regional realçou a importância da criação de uma rede de contactos assente na vivência de diferentes experiências, tanto ao nível da formação como ao nível profissional, para o garante de sucesso. «Eu sozinho conto pouco, até mesmo do ponto de vista do conhecimento, até porque as empresas têm um prazo de vida muito mais limitado. Em Portugal, apenas 10% das atuais empresas existiam antes de 1974. Isso obriga a uma grande mobilidade ao nível do emprego, por isso é importante termos conhecimento, de pessoas, de instituições, de lugares, e fazer a conexão, criar uma rede entre tudo isso, e promover a criação, precisamente aquilo que se procura neste encontro: transmitir-vos algum conhecimento, partilhar preocupações, sugestões e soluções, beber de vocês desafios, ligar os jovens da Calheta às instituições do concelho e de fora dele, e promover o know-how individual e organizacional para que haja uma melhor integração e poder de decisão», perspetivou.
 
Segundo Jorge Carvalho, a lógica de progresso de carreira numa determinada empresa está ultrapassada. «Tudo é mais volátil no mercado de trabalho. A produção que era materialmente visível e tinha um custo, transformou-se para a área das ideias. As ideias podem ser globais, não têm de ter um local específico para o seu desenvolvimento. A economia criativa na Europa significa 6 mil milhões de euros, por isso, o que precisamos é de produção de ideias, porque a concretização tecnológica é muito mais fácil», explicou, alertando para a necessidade de estar-se atento à evolução. «Aqueles que se mantêm constantes num mundo em constante mudança, dificilmente conseguirão adaptar-se aos novos espaços que são criados em função do desenvolvimento, seja tecnológico, cultural, social, artístico, etc.», constatou.
 
Neste contexto, Jorge Carvalho indicou um caminho para encarar as oportunidades e desafios. «Só a Educação e o Conhecimento preparam-nos para termos sucesso futuro, porque dão-nos ferramentas para sermos competitivos e ativos numa sociedade tão competitiva quão desafiante. Não custa nada pensar o contrário ou pelo menos “não ir por aí”. O importante é sermos consumidores de experiências e não apenas de coisas. Não percam a oportunidade de marcar a diferença na Calheta, na Madeira, em Portugal ou no Mundo», concretizou o governante.


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