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Lapinha do Caseiro “é um projeto muito especial”

Exposições (permanente e temporária) sob o tema "Musealização da Lapinha do Caseiro" para ver no Museu Etnográfico da Madeira até 22 de janeiro 16-12-2021 Turismo e Cultura
Lapinha do Caseiro “é um projeto muito especial”

A abertura ao público das exposições (permanente e temporária) sob o tema "Musealização da Lapinha do Caseiro", no Museu Etnográfico da Madeira, teve lugar no passado dia 15 de dezembro.

Na ocasião, o secretário regional de Turismo e Cultura salientou que este projeto “é muito especial”. Eduardo Jesus reforçou ainda a importância do momento “porque não há madeirense que não viva a Festa e julgo que a maior homenagem que se pode fazer a Francisco Ferreira – autor da lapinha – é estarmos a iniciar a Festa com uma evocação ao seu trabalho, à sua dedicação e, acima de tudo, ao seu legado, que é um legado extraordinário”.

Recorde-se que a “Lapinha” de Francisco Ferreira, mais conhecido como o “Caseiro”, foi montada primeiro na sua casa, ao Caminho do Monte, n.º 62, onde chegou a ocupar dois quartos, e depois na capela anexa, que dedicou ao Menino Jesus e cuja edificação foi autorizada em 1918.  Após a sua morte, em 1931, e até ao início da década de 70, salvo raras exceções, manteve-se aberta ao público durante o Natal. Um incêndio, ocorrido em novembro de 1979, destruiu definitivamente a capela, salvando-se o presépio por se encontrar temporariamente recolhido no Museu de Arte Sacra do Funchal. 

O conjunto transitou depois para a casa de familiares do autor até 2015, altura em que foi adquirido pela Secretaria Regional do Turismo e Cultura, para integrar o acervo do Museu Etnográfico da Madeira (MEM).

Pretendeu-se, deste modo, garantir a integridade deste presépio, com cerca de 300 peças, proceder ao seu inventário, estudo, restauro e exposição, com o objetivo final de salvaguardar um património único e genuíno, devolvendo ao público uma memória que marcou sucessivas gerações de madeirenses.

Todo o processo de inventariação teve lugar na Casa-Museu Frederico de Freitas, entidade parceira do MEM neste projeto, que também orientou o longo e minucioso processo de restauro executado por Jelka Baras.

Simultaneamente, foi planeada uma exposição temporária que teve dois objetivos concretos. Expor o conjunto das imagens religiosas que, não sendo parte integrante da “Lapinha”, coexistiam de forma harmoniosa na capela e apresentar ao público, através de uma mostra fotográfica, todo o processo de musealização, nas suas morosas e diferentes fases.

Baseado numa investigação efetuada junto de alguns familiares e em imagens do Museu de Fotografia da Madeira, em depósito no Arquivo e Biblioteca Pública da Madeira é, ainda, apresentado ao público um conjunto de fotografias, que pretende evocar a memória do espaço original desta “Lapinha”.

Na inauguração das mostras, Eduardo Jesus recordou outros trabalhos realizados por Francisco Ferreira e salientou tudo aquilo que este artesão realizou durante a sua vida, “deixando a sua presença além da sua freguesia e mesmo além-fronteiras”.

Acima de tudo, o secretário regional salientou que o projeto da “Lapinha do Caseiro” é especial porque “há anos e anos se perseguia este objetivo”. “A caminhada que foi feita nos últimos anos liderada por Lídia Goes Ferreira e Ana Margarida Camacho [respetivamente diretoras do Museu Etnográfico e da Casa-Museu Frederico de Freitas], é uma caminhada que merece da nossa parte um enorme respeito e uma enorme gratidão”, disse Eduardo Jesus ressalvando a mensagem “extraodinariamente importante” que este trabalho deixa: “juntos fazemos sempre mais e melhor”.

As mostras poderão ser visitadas até ao dia 22 de janeiro de 2022, data até à qual, o átrio do MEM recebe a exposição no âmbito do projeto ‘Reciclar n’a Festa’, iniciativa dos Serviços Educativos da instituição, iniciada em 2013, com o tema “Árvore de Natal” e que enveredou, nos últimos anos, pela temática dos presépios tradicionais madeirenses. Este ano o tema da mostra é “Presépios de caixa ou maquinetas”.

A atividade insere-se no âmbito do projeto “Museu Sustentável”, que tem como objetivo promover a consciência para os efeitos da atuação humana sobre o ambiente e destacar o papel dos museus no desenvolvimento de novos métodos de pensar e de agir, que garantam o respeito pelos limites e pela diversidade da natureza. 


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