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Escolha das levadas para candidata a património é homenagem ao esforço e vontade humana

Miguel Albuquerque diz que não ficou surpreendido com a escolha das levadas da Madeira como candidata portuguesa a património mundial da UNESCO. E diz que quem conhece a Região e os canais que a percorrem também não ficou. 01-03-2023 Presidência
Escolha das levadas para candidata a património é homenagem ao esforço e vontade humana

O presidente do Governo Regional falava nesta manhã de terça-feira, durante a sua presença na BTL, no stand da Madeira. Questionado por jornalistas nacionais acerca da escolha, considera que a opção «representa uma situação de homenagem aos nossos antepassados».

«As levadas, que começaram a ser construídas aquando da colonização da Madeira, se se entender a ilha como um corpo, são as veias desse corpo. São canais de irrigação, muitos deles construídos à mão, à base de muita força muscular, mas com grande ciência e que faziam com que toda a ilha ficasse abastecida de água. Há ainda os chamados poios, que também são uma construção monumental do homem», explicou.

Neste sentido, defende que, ao contrário do que possa parecer, «a paisagem da Madeira é muito humanizada».

«Para sobreviverem e terem agricultura, as pessoas tinham de construir os poios e os canais de irrigação. Isso foi feito ao longo dos séculos. São centenas e centenas de quilómetros, que hoje oferecem excelentes passeios», disse ainda.

O governante realçou ainda não haver «nenhuma dúvida de que se trata de património único e secular» e de que «esta candidatura é uma homenagem ao esforço humano».

Para o líder madeirense, a escolha da Madeira só pode ter surpreendido quem «não conhece as levadas da Madeira e sabe como foram construídas, na beira do abismo, com os homens pendurados com cordas para poderem construí-las». «E utilizavam, muitas vezes, cartuchos de dinamite. Era uma profissão extremamente perigosa.», lembra.

«Foi uma saga, uma aventura. É a superação do esforço e da vontade do ser humano face à robustez da Natureza», resumiu.

O presidente do Governo Regional afastou ainda a possibilidade de se taxar as levadas, lembrando que apenas o acesso a alguns pontos turísticos será pago, para visitantes. Os residentes não pagarão. Também o percurso da Ponta de São Lourenço será pago.

«É normal que sejam pagos, porque é uma forma de nós podermos termos meios para mantermos e preservarmos esses espaços. O miradouro do Cabo Girão já terá acesso pago neste mês e dentro de alguns meses será a vez do percurso da Ponta de São Lourenço», acrescentou.


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