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Último proprietário do Solar de São Cristóvão nasceu há 97 anos

Carlos Cristóvão foi o último proprietário do Solar de São Cristóvão. Nesta quinta-feira, comemoram-se 97 anos do nascimento de Carlos Cristóvão da Câmara Leme Escórcio de Bettencourt 25-02-2021 Turismo e Cultura
Último proprietário do Solar de São Cristóvão nasceu há 97 anos

Carlos Cristóvão foi o último proprietário do Solar de São Cristóvão. Nesta quinta-feira, comemoram-se 97 anos do nascimento de Carlos Cristóvão da Câmara Leme Escórcio de Bettencourt que publicou várias obras nos diversos géneros literários como poesia, prosa, romance, novela, peças de teatro. Entre as suas obras destaca-se o “Elucidário de Machico”, publicado em 1981, onde escreve sobre a história, a paisagem e arte de Machico.

O Secretário Regional de Turismo e Cultura considera que Carlos Cristóvão foi uma das distintas personalidades da cultura madeirense e realça que “em boa hora o Governo Regional realizou as obras de recuperação do solar que permitiram a sua reabertura, com todo o esplendor, em 2019”.  Eduardo Jesus recorda que o Solar e o seu último proprietário, Carlos Cristóvão, estão ligados à história da Madeira e do concelho de Machico. E sublinha que a reabertura daquele espaço, “ao promover e a valorizar o património da Região, prossegue e reafirma as orientações estratégicas do Programa do Governo Regional no seu desígnio permanente de não só manter como aumentar continuamente a oferta e apoiar a descentralização cultural. Estamos certos de que o Solar de São Cristóvão enriqueceu o nosso património e oferta cultural, tornando-se um polo de atração para todos os que visitam o espaço, cuja entrada é gratuita”, adianta o governante.

 

Nascido na freguesia de São Pedro, no Funchal, Carlos Cristóvão viria a crescer em Machico. Ali frequentou a escola primária, após a qual regressou ao Funchal onde fez o sétimo ano do Liceu.

Começou a escrever aos 11 anos e viu o seu primeiro livro publicado aos 28 anos (em1952) “Arquipélago”, uma antologia de oito poetas que se reuniam habitualmente no café “Apolo”, no Funchal. A aptidão para os contos ficou evidenciada em 1955 na sua primeira publicação individual “As ondas e o vale”. Em 1958 passa para o papel a história do Solar de São Cristóvão.

Das suas obras, destacam-se ainda “A neta do morgado”, escrita em 1966, uma novela que o próprio escritor transformou numa peça de teatro denominada “A morgadinha que o amor levou” e “No vale de Machico”, de 1966, onde retrata a vida social do povo madeirense em geral e de Machico em particular dos anos 60. Esta última obra seria mais tarde transformada na peça de teatro “Senhor dos Milagres”.

Quatro anos antes da sua morte, ocorrida em 1998, o autor publicou a novela “Querer Viver” e outro livro de contos: “Aquele Artista Inquieto e Outros Contos”.

Para além destas obras, colaborou com jornais e revistas, e escreveu publicações como as “impressões” que são uma espécie de diário.

Refira-se que no Solar de São Cristóvão, a seu pedido, os livros estão colocados onde queria, na parte envidraçada da escrivaninha. “Se mais tarde a Quinta de São Cristóvão se transformar em museu, peço que os deixem ficar onde estão” (abril de 1982), escreveu, a propósito.

O Solar de São Cristóvão fica no sítio do Caramanchão, em Machico, e constitui um convite à memória. Os objetos espalhados pela casa contam histórias e conduzem os visitantes ao passado. E os documentos de Carlos Cristóvão convidam à descoberta dos visitantes.

 


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