O Museu Etnográfico da Madeira tem aumentado o número de partilhas virtuais, que permitem manter o envolvimento com o seu público virtual, mas convida-vos, a TODOS, a visitarem o museu e conhecer o nosso património cultural, nomeadamente as várias peças de artesanato que fazem parte do seu acervo e estão expostas na nossa exposição permanente e, periodicamente, em diferentes exposições temporárias.
Esta semana o Museu Etnográfico da Madeira divulga o trabalho de José Vieira que, na Associação de Carros do Monte, constrói estes tradicionais meios de transporte.
Com mais de um século de História os carros de cesto ou carros do Monte, constituem um tipo de transporte único no mundo.
Trata-se de um veículo de arrasto, com um assento para duas pessoas, construído com vimes, sobre uma estrutura em madeira de eucalipto, a caixa, que possui, em cada uma das extremidades duas barras de madeira de til ou pinho que são untadas com “sebo”, para que deslizem com facilidade. Na parte dianteira são colocadas os chamados focinhos, duas cordas ou correias delgadas, que permitem aos dois homens, que empurram o carro, controlá-lo.
Os homens, popularmente conhecidos por carreiros, usam botas de campo, em couro, com uma sola grossa de borracha, que funciona como travão, sempre que é necessário abrandar a velocidade e parar a marcha.
José Vieira, atualmente reformado, aprendeu esta arte com os mestres da Camacha, tendo dado continuidade ao ofício na sede da Associação dos Carreiros do Monte.
Assegurando a continuidade deste ofício, transmitiu o “saber fazer” a um dos seus filhos, José Vieira, atualmente com 47 anos. Serralheiro civil de profissão, aos domingos ou nas suas folgas, ia ajudar o seu pai, na construção e reparação dos carros de cestos.
José Vieira entrou definitivamente para a Associação dos Carreiros do Monte, há cerca vinte e oito anos, possuindo a categoria de carreiro, a qual mantém até os dias de hoje. Há cerca de oito anos, devido à idade avançada do pai, assumiu as suas tarefas na construção dos carros, sendo presentemente o único mestre da Associação, apesar de nunca ter abandonado as funções de carreiro, atividade que ainda desempenha esporadicamente.