As empresas que se dedicam à produção e comercialização de
produtos de pesca resultantes da aquacultura vão beneficiar, nos próximos dias,
de apoios no montante de 1 milhão de euros, ao abrigo do Fundo Europeu para os
Assuntos Marítimos e as Pescas (FEAMP), que engloba as ajudas comunitárias do
antigo Posei-Pescas e que contempla, no global para este ano, 2,7 milhões para o
sector das pescas e da aquacultura, conforme reportagem do JM assinada pela
jornalista Patrícia Gaspar.
Os apoios atribuídos destinam-se a compensar os sobrecustos
de produção, no valor de 412 309,22 euros, e a comercialização, no
montante de 588 060,61 euros, para que os produtos cheguem aos consumidores
a preços mais acessíveis.
A aquacultura na Região registou em 2019 um volume de
negócios na ordem dos 5 milhões de euros, valor à saída da produção, faltando
contabilizar a cadeia de valor até ao consumidor final, sendo responsável pela
criação de 80 postos de trabalho diretos, a que corresponde IRS e contribuições
para a Segurança Social.
O trabalho jornalístico do JM aponta como um dos maiores
desafios da atualidade “assegurar alimentos a uma população mundial em crescimento”,
refere que na Região a atividade está “em franca expansão, sendo uma
alternativa às capturas extrativas realizadas em meio natural e considerada uma
solução para o crescimento da chamada economia azul”.
Este método alternativo à importação de pescado é também
tido como uma forma de reduzir a pressão nas populações de peixe selvagem. Num
comunicado conjunto, as ONGA Birdwatch Ireland, Dutch Elasmobranch Society, Ecologistas em Accion, Fundació ENT,
Oceana Our Fish, Sciaena e Seas at Risk apelaram aos governos europeus para que
“estabeleçam limites de pesca para essas populações que não excedam os pareceres
científicos”.
Em causa, segundo as ONGA, está “a grande vulnerabilidade das
espécies e habitats do mar profundo e o facto de a maioria dos ‘stocks’ de
profundidade na Europa estarem esgotados ou em condições desconhecidas, o que
também coloca em risco a viabilidade das comunidades piscatórias que delas
dependem”.