Miguel Albuquerque falava no centro cultural John dos Passos, instalações que estão a receber os nómadas digitais que optam por trabalhar a partir da Madeira, via digital (tele-trabalho), para as empresas onde são funcionários.
«Isto é um sucesso! E espero que o continue a ser. Neste momento, as expetativas foram largamente ultrapassadas. Quero agradecer a todos os que colaboraram, sobretudo aos responsáveis pela StartUp Madeira. Acho que, neste momento, temos, em vários concelhos, um potencial de crescimento exponencial ao nível de acolhimento dos nómadas digitais», disse.
O governante lembra que estão a trabalhar nas instalações do Centro Cultural John dos Passos cerca de 100, mais há mais 400 que estão instalados no concelho da Ponta do Sol e ainda na Calheta.
Neste sentido, anuncia que a ideia do Governo Regional «passa por continuar a crescer nos próximos meses, de forma adequada, ao nível do acolhimento de nómadas digitais interessados em vir para a Região, garantindo que as pessoas que cá estão tenham condições de trabalho e mantendo aquilo que elas procuram, que é uma boa qualidade de vida, um bom ambiente, boas acessibilidades, a natureza, o mar…». «Tudo isto conta, bem como a forma como são recebidos», complementou.
Miguel Albuquerque diz que a Madeira tem todas as condições para se tornar numa referência internacional no acolhimento dos nómadas digitais. «Estão em teletrabalho, muitas deles a trabalhar para multinacionais de grande proeminência, e representam, de facto, um passo muito importante para o futuro da Madeira», enfatiza.
O presidente do Governo Regional diz que tudo passará agora por continuar com o projeto, «criando ainda melhores condições de atratividade, colaborando no sentido de esta ideia de a Ponta do Sol ser a primeira vila ou cidade digital na Europa se projetar na própria Região».
O objetivo, clarifica, é que «a Região se transforme, de facto, num local cosmopolita, de acolhimento internacional destes trabalhadores, especializados, o que seria muito importante».
Sublinhando ser este um novo desafio, Miguel Albuquerque diz que não passa apenas por condições fiscais aos nómadas digitais, mas sobretudo por disponibilizar condições únicas e singulares para quem vem para cá trabalhar: «Podem ir até ao mar em dois minutos, passear na serra em três minutos; têm segurança (é muito importante), boas condições climáticas, bons preços nas refeições e nos alojamentos. Temos ainda boas infraestruturas, segurança e um bom serviço na área da Saúde».
Para além destas condições e infraestruturas, a Madeira dispõe ainda de boas conexões digitais, que «ainda serão melhoradas com um cabo submarino com uma capacidade exponencial, dos mais modernos para dar resposta a todo o tipo de tecnologias».
O líder madeirense anunciou ainda que a Região aguarda só a abertura das fronteiras nos Estados Unidos para acolher cerca de mil cidadãos daquele país, nómadas digitais que querem vir para cá trabalhar. «À medida que a vacinação seja concretizada nos países, também teremos mais pessoas aqui», disse.
Amanhã está prevista uma reunião, de modo a que se possa abrir mais um espaço de trabalho para nómadas digitais, na Calheta.
Miguel Albuquerque recordou também o ceticismo em relação ao potencial e ao efeito multiplicador das empresas digitais na economia madeirense e ao nível da empregabilidade. «Quando hoje digo que as nossas 27 empresas tecnológicas têm já resultados anuais superiores a 70 milhões de euros, há muita gente que se admira, mas não tem que se admirar. A economia mundial vai mudar substancialmente: estas empresas digitais, este trabalho digital é o futuro. A própria pandemia veio acentuar isso», concluiu.