Miguel Albuquerque diz que os Governos não são todos iguais, lembrando que os governos têm programas, princípios, doutrina e uma matriz ideológica distinta. E a deste Governo Regional, assevera, é muito clara: «Nós recusamos a ideia central que hoje preside a este País, em que o Estado deve estar presente em todos os aspetos da vida da sociedade civil, em que o Estado deve substituir as instituições tradicionais e ancestrais da nossa sociedade e em que o Estado deve assumir o papel de Educador e da família e incutir nos nossos jovens, como acontece agora com estas aulas da Cidadania, princípios disfuncionais do marxismo estruturante».
O presidente do Governo Regional falava durante a inauguração, nesta quarta-feira de manhã, do novo Centro de Saúde da Calheta. Para recordar que esta visão diferente de ver o papel do Estado, do Governo, fez com que, desde o início, achasse que deveria ser a Misericórdia da Calheta a renovar o Hospital existente em vez de se construir um novo, de raiz. Porque, afirmou, é preciso respeitar as instituições e a cultura ancestral de um povo, lembrando que aquela instituição e o hospital são resultado do trabalho do povo da Calheta.
E porque, disse, o seu Governo é favorável e reconhece «o papel das instituições, incluindo aquelas ligadas à Igreja Católica, na Cultura, na Saúde e nos apoios sociais». «Ainda agora, nós aprovámos cerca de 30 milhões de euros para garantir o apoio às instituições de ensino particular na Região. Porque nós somos favoráveis à liberdade de escolha da família em relação aonde colocam os seus filhos a estudar. Isto chama-se garantir a liberdade, o sentido crítico e o pluralismo axiológico na nossa sociedade», definiu.
O governante defendeu que «o Estado não é mentor ideológico de ninguém, nem deve sê-lo». «O Estado deve cumprir o seu papel, em complemento das instituições, da Sociedade Civil e com as famílias e com os cidadãos livres. É assim que se constrói uma Sociedade livre. E a liberdade é algo que é fundamental preservar», acrescentou.
Até porque, salientou, «não se está a falar de uma liberdade qualquer, está-se a falar da liberdade de pensamento, da liberdade do sentido crítico dos cidadãos».
Miguel Albuquerque, indo ao encontro do que afirmara momentos antes o Bispo do Funchal, lamentou que «vivamos hoje numa sociedade que está eivada de uma cultura estatizante, marxista, desfuncionalista e narcisista». «É fundamental percebermos que os valores e os princípios são os alicerces essenciais da nossa vida em sociedade», defendeu.