Na carta é referido que o Governo Regional da Madeira, através da SRTC, tem mantido relação constante e persistente com a TAP Air Portugal, “com o objetivo de, em conjunto, suprir as dificuldades que esta região insular identifica, e que, no momento presente não podemos descurar a vinda dos estudantes universitários para a Madeira e Porto Santo, numa época festiva e que se celebra em família”.
Por isso mesmo, foram efetuadas diversas simulações com o motivo de mostrar, clara e inequivocamente, as disparidades identificadas que “provam e atestam que estamos perante uma política tarifária completamente especulativa, conforme demonstrámos na nossa comunicação anterior, remetida no passado dia 5 de novembro. Esta política penaliza fortemente todos aqueles que se vêm obrigados a viajar, dentro de um mesmo país, nos períodos de maior procura, os quais, perante os preços praticados ou mesmo inexistência de lugares, se vêm obrigados a cancelar os seus planos de viagem, que passam, em muitos casos, por motivos de reunião familiar, na época festiva fortemente assinalada na nossa Região”.
A SRTC vai mais longe e refere estar em crer que esta política de preço, neste período, não encontra paralelo, neste ou noutro período, com o que se passa em nenhuma outra rota da rede da TAP.
Relembra que, “depois de já termos enviado diversas missivas sobre este assunto, depois de já termos reunido com a Comissão Executiva da TAP, expondo esta problemática em tempo útil para que esta política tarifária pudesse ser revertida, o que constatamos é o inverso do solicitado, ou seja, o agravamento dos preços mais elevados da grelha tarifaria aplicável aos voos entre o Continente e a RAM, conforme explicado na nossa comunicação anterior, e que produziu efeitos em todas as vendas após o dia 15 de outubro de 2021. Ou seja, fazer pagar ainda mais quem já pagava preços absurdos para a mobilidade em espaço nacional”.
Por outro lado, a SRTC sublinha que o Governo Regional alertou a TAP, em devido tempo, para a necessidade de reforço das ligações à RAM, nos períodos associados às festividades mais importantes, no sentido de aumentar a oferta, com o intuito de evitar a pressão da procura que leva ao aumento do preço.
“Porém, lamentavelmente, verificamos que a oferta disponibilizada pela TAP está abaixo do
praticado no período homólogo de 2019-2020, particularmente na rota OPO-FNC-OPO, onde operam apenas 7 frequências semanais, ou seja, metade da oferta do Inverno IATA 2019-2020, com inexistência de qualquer voo às terças-feiras, mas também na rota LIS-FNC-LIS com 7 frequências diárias apenas no período após o dia de Natal e que representam menos uma ligação diária face ao verificado no Natal/Ano Novo de 2019-2020”.
Desta forma, a Secretaria Regional de Turismo e Cultura diz ser forçada a questionar a presidente executiva da TAP se esta postura “corresponde ao desinteresse da TAP em
trabalhar com a Região Autónoma da Madeira que, neste quadro de especulação de preços e redução de oferta, não nos parece, de todo, estar a ser encarada como um parceiro ao contrário do que havia sido afirmado em reuniões e contactos anteriores numa atitude que interpretamos como um claro desrespeito por todas as diligências até aqui tomadas pelo Governo Regional da Madeira e, em última análise pela população que reside nestas ilhas portuguesas”.