O Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, interveio hoje, na sessão de abertura da 1ª edição das Conferências do Atlântico, que celebra a visita de Winston Churchill à Madeira, em janeiro de 1950, assim como o 650º aniversário da Aliança Anglo-Portuguesa, numa iniciativa da autarquia de Câmara de Lobos e do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, com o Alto Patrocínio da Presidência do Governo Regional da Madeira.
O Chefe do Governo recordou o primeiro-ministro do Reino Unido durante a II Grande Guerra Mundial (de 1940 a 1945) como o estadista que desempenhou desde a primeira hora um papel crucial que contribuiu grandemente para a vitória dos Aliados.
Nesse âmbito, Miguel Albuquerque convidou os participantes nas conferências à reflexão sobre a importância do pensamento geopolítico e sobretudo à reflexão crítica sobre as grandes questões do nosso tempo.
«As grandes questões do nosso tempo, ao contrário do que parece, não é o grande palco para o Papa, em Lisboa. Nós temos que ter uma sociedade que pense de forma crítica sobre as questões cruciais», pontou o líder do Executivo, apontando ao exemplo de Winston Churchill.
O exemplo que, mesmo nos dias de hoje, deve continuar a servir de inspiração, nomeadamente no que concerne à superação, à determinação, à coragem e à capacidade de trabalho.
Recusando qualquer determinismo, Miguel Albuquerque deixou claro que Winston Churchill não foi um homem comum:
– «publicou mais do que dois grandes portentos da literatura, como Dickens e Shakespeare»;
– «ganha o prémio Nobel da Literatura»;
– «entrou em ação militar, em combate, em quatro continentes, afirmando-se como um homem de coragem na frente de guerra, (ultrapassou o trauma de infância ditado por um episódio em que ficou marcado pela falta de coragem)»;
– «ocupou todos os cargos políticos mais relevantes do seu país, incluindo o facto de ser duas vezes primeiro-ministro»;
– «teve um papel decisivo nas vitórias nas duas guerras mundiais, sobretudo na segunda».
«A pergunta que se põe, não sendo um homem comum – era um homem que tinha uma energia mental e física de facto extraordinária – é onde é que ele ia buscar essa energia?», indagou Miguel Albuquerque, deixando, ainda à consideração dos presentes questões como o que o moveu, o que o impeliu a agir com determinação e com sentido prospetivo, de futuro.
O governante indicou que estas são questões pertinentes, no sentido de que, quem pensa nos políticos, enquanto homens, pensa nas suas personalidades, colocando questões como as mencionadas.
Miguel Albuquerque deixou ainda à consideração dos presentes o facto de alguns analistas de personalidade considerarem que a grande vitória de Winston Churchill – que molda a sua personalidade e ação – foi a superação (exceder-se a si próprio).
O Presidente do Governo agradeceu o empenho e o entusiasmo do Professor Doutor João Carlos Espada (Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa) na concretização das Conferências e a disponibilidade dos oradores de renome oriundos de instituições de referência no Reino Unido e Estados Unidos da América.
«Estou certo de que estas Conferências do Atlântico serão um sucesso e marcarão indiscutivelmente a vida cultural e intelectual da nossa Região Autónoma no futuro», concluiu.