Numa altura em que a Madeira vive momentos muito particulares, e tendo em conta as contingências provocadas pelo Covid 19 e os limites que estão a ser impostos, o Governo Regional através da Secretaria Regional de Turismo e Cultura inicia este domingo, na plataforma digital do Museu Etnográfico da Madeira, a divulgação dos trabalhos e contactos dos artesãos.
Intitulada " Artesanato madeirense, Valorize, compre o que é nosso", tem como objetivo primordial, a recuperação e divulgação, através da partilha de obras de artesanato, de produção regional, dando assim a conhecer os artesãos madeirenses e incentivar a população em geral, a adquirir peças feitas pelos artistas da Região Autónoma da Madeira.
Para este domingo, o Museu Etnográfico divulga a obra dos irmãos Paula e Duarte Gomes, com oficina de cerâmica na freguesia do Paul do Mar, concelho da Calheta. É uma das poucas oficinas de cerâmica da região, instalada em 1994. Os primeiros trabalhos da oficina, foram réplicas dos azulejos hispano-árabes do século XVI. e tem marcado presença assídua nas feiras e eventos da região,sendo que os seus trabalhos encontram-se à venda em várias lojas e museus do Funchal.
O aparecimento de jovens no mund
o artesanal, a utilização de novas tecnologias, o aproveitamento de novas matérias-primas e a criação de novas formas, são extremamente importantes para a sobrevivência de uma produção artesanal adaptada às novas exigências do mercado.
A ceramista Paula Gomes, proprietária da
oficina “Azul Desejo”, situada na freguesia do Paúl do Mar, concelho da Calheta, é uma das chamadas “novas artesãs” que apostou num conceito inovador. Apesar da azulejaria não possuir tradição na nossa Região, Paula Gomes aprendeu o ofício, introduziu as suas obras no mercado artesanal madei-
rense, renovando e enriquecendo o património artístico regional , e mantém a sua oficina aberta ao público.
Paula e, atualmente, também Duarte Gomes, produzem, essencialmente, azulejos, utilizando a técnica de aresta no seu fabrico e têm, de uma forma original, explorado a riqueza do bordado madeira, executado, durante séculos, pelas nossas bordadeiras.
Como referiu a ceramista, “a cerâmica é
a arte de trabalhar o barro que sendo à partida um material sem forma, é suscetível de ser transformado e para isso tem apenas como limite a imaginação. Sendo assim, porque não bordar o barro? Surgiu desta forma a ideia deste trabalho. Para o concretizar foi preciso dar a tal
forma ao material informe e bordar sem linhas, mas traçando Linhas de Terra”.
Link Museu Etnográfico da Madeira:
https://www.facebook.com/museuetnografico.damadeira/