Susana Prada vai criar uma Comissão Técnica para fazer a análise de vários percursos de montanha, de maneira a que, até ao final do ano, seja criada uma rede de trilhos para a prática da modalidade.
A Comissão será coordenada pelo Instituto de Florestas e Conservação da Natureza, e contará com elementos da Associação de Ciclismo da Madeira, da Associação Comercial e Industrial do Funchal e da Direção Regional do Turismo, sem prejuízo da participação de outros parceiros relevantes ligados a esta atividade lúdico-desportiva em espaço natural.
A Secretária do Ambiente quer que seja implementado um modelo de gestão evolutivo e dinâmico, em que os trilhos deverão estar devidamente sinalizados e divulgados, sendo sempre sujeitos a constantes análises nas suas condições de utilização.
Susana Prada esteve na Fonte do Bispo com empresários e dirigentes da Associação de Ciclismo da Madeira, onde apresentou já um conjunto de percursos, que pretendem, no imediato, inverter a atual situação, caraterizada como “anárquica”.
É que, ao contrário do que sucede nos restantes países europeus, na Madeira, segundo a Secretária do Ambiente, “a prática da BTT não está regulamentada. No nosso caso, com a agravante de termos uma floresta que é Património Mundial da Humanidade, o que nos confere obrigações acrescidas na sua conservação”, sublinha Susana Prada.
“Até ao momento não existiam percursos devidamente definidos nem sinalizados, e a esmagadora maioria dos trilhos usados pelos praticantes da modalidade atravessa terrenos privados, sem que exista a devida anuência dos proprietários.”
O respeito pela titularidade da propriedade é um problema que também preocupa Susana Prada, para além da utilização mista dos percursos, entre caminhantes, praticantes de trail e de atletismo, fator que, no seu entender, potencia o risco de acidente.
Situações que no entender da governante precisam de ser tratadas com o envolvimento de todas as partes, de acordo com boas práticas de conservação da natureza.
A Secretária do Ambiente diz-se muito sensível aos apelos que, ultimamente têm sido feitos pelos praticantes de BTT, nomeadamente por algumas empresas que fazem desta atividade o seu negócio.
A governante diz-se empenhada e já apresentou os onze primeiros percursos, cinco dos quais estão operacionais na sua totalidade. Os restantes aguardam autorização dos privados.
Uma solução provisória, como fez questão de sublinhar Susana Prada, uma vez que será a Comissão Técnica, com todos os interessados do setor, a definir e implementar a melhor solução.
Dentro de uma semana estará disponível no site da Direção Regional de Florestas e Conservação da Natureza um formulário de autorização para os percursos agora apresentados. O praticante solicita a licença online e essa mesma licença será concedida de forma imediata no momento da submissão eletrónica. Trata-se de um processo semelhante ao que já acontece com outras atividades lúdico-desportivas como o canyoning.
Os cinco percursos de BTT que estão desde já disponíveis em toda a sua extensão e passam, exclusivamente, em terrenos públicos são: Bica da Cana – Estanquinhos – Lameirinhas; Poiso – Boieiros “Mushroom trail”; Poiso – Chão do Prado – Pico do Suna – Lombo das Faias (Bar do Roque); Poiso – Chão do Prado – 4 Estradas – Terreiros; e Portela – Funduras – Fajã dos Rolos.