Eunice Pinto é a Coordenadora Regional do Programa ‘Eco-Escolas’, uma responsabilidade que assume com grande empenho e sentido de missão. Aliás, o Programa tem tido enorme sucesso na Madeira e é apontado, a nível nacional, como um exemplo a seguir. O ‘site’ da DROTA chegou à fala com Eunice Pinto e colocou-lhe algumas questões sobre a Educação Ambiental, a maneira como as gerações mais novas lidam com a temática do Ambiente e os seus projetos para o futuro. Aqui deixamos registada a conversa que tivemos: Há quanto tempo é a Coordenadora Regional do Programa ‘Eco-Escolas’? Sou coordenadora do Programa ‘Eco-Escolas’ desde 2003, ou seja, há treze anos consecutivos. O que é que a levou a enveredar pela área da Educação Ambiental? A minha formação de base é Biologia. Sou professora de Biologia, Ramo Educacional. A educação é uma área que sempre me fascinou desde que iniciei as minhas funções. No entanto ao acabar o liceu a minha preferência era para a Engenharia Química o que não se concretizou, por motivos pessoais. Nas minhas intervenções, junto dos meus alunos, sempre privilegiei a educação ambiental e o respeito pela nossa região e pelos seus valores naturais. Uma das razões que me levaram a aceitar este desafio, proposto na altura pelo Dr. Domingos Abreu, foi a ligação à área da Educação Ambiental. Na sua opinião, qual tem sido a mais-valia do Programa para as escolas da Madeira? Este programa, que tem por base a ‘Agenda 21: Pensar Globalmente, Agir Localmente’, tem feito uma chamada de atenção para os nossos valores locais. Sendo a Madeira a região que apresenta a maior taxa de implementação do País, e se todas as nossas escolas se preocuparem com o espaço onde estão inseridas e com a sua comunidade circundante, iremos cobrir uma área cada vez maior da nossa região. Este é um programa de gestão ambiental e, como tal, há que se preocupar com a redução do consumo de água na escola, redução do consumo de energia na escola e com uma boa separação de resíduos na escola. Estas atitudes, uma vez interiorizadas pelos alunos, surtem efeito nas famílias e deste modo chegam à comunidade local através dos mais novos, os futuros líderes da nossa região, cidadãos conscientemente sensibilizados para os valores ambientais. Sente mudanças na maneira como as gerações mais jovens olham para o Ambiente? Sem dúvida. São os mais jovens que atuam em casa, pelo menos isto é referido por inúmeros encarregados de educação. Eu diria que estamos no bom caminho! Não há criança madeirense que não saiba separar os resíduos sólidos urbanos que produzem, que não saiba que a água é um bem precioso e que deve ser poupada, que devemos poupar energia, que há alternativas, que existem energias renováveis ao nosso alcance, que podemos ‘criar’ quase todo o tipo de materiais com recurso à reutilização de resíduos, que devemos optar por transportes mais sustentáveis, que devemos andar mais a pé, que devemos seguir uma alimentação mais saudável e mais sustentável, que devemos valorizar o nosso património biológico, que devemos valorizar o nosso património geológico e sobretudo que devemos valorizar o que é nosso. Desde que o Programa ‘Eco-Escolas’ passou a ser gerido pela DROTA, já foram entregues mais de 1.000 Bandeiras Verdes. Sente que há muito trabalho seu nesta conquista? Sempre acreditei neste Programa e nas suas potencialidades!... Claro que há muito trabalho de bastidores que muitas vezes não é valorizado por grande parte da sociedade atual e até por aqueles que nos são mais próximos. Este é um trabalho de equipa, a qual eu lidero, e que no meu modesto entender ‘funciona’. Todas nós, acreditamos. Esta é a chave da questão e… muito trabalho pedagógico contínuo por detrás. Quais são os seus projetos e ambições para o futuro? Como este ano completo os meus 66 anos, irei pedir a minha reforma (bem no final do ano). Depois… a espera. Está na hora! Até lá trabalharei arduamente como até agora. Em relação ao futuro… Os desafios são cada vez maiores e requerem cada vez mais empenho e ação da nossa parte. A equipa está montada e continuará o trabalho. Não tenho dúvidas! O meu futuro, ainda está longe! O mundo está em constante mudança e temos de ter capacidade para acompanhar estas mudanças. Gosto de pensar no presente e no que tenho para fazer amanhã. Sobretudo agora!