Entre incorporações, depósitos e doações de arquivos e bibliotecas, ascende a 37 o número total de arquivos e bibliotecas entrados, sendo apenas os arquivos responsáveis por quase 600 metros lineares de documentos incorporados.
O crescimento global da ocupação dos depósitos fixou-se nos 867 metros lineares, correspondentes a cerca de 3% da capacidade total.
No lado das bibliotecas, o número total acumulado de entradas de espécies bibliográficas entre 2015 e 2020, ascende a mais de 155 mil.
Para além da documentação judicial, que é objeto de transferências recorrentes para o Arquivo e Biblioteca da Madeira, em 2020 destacam-se as incorporações de documentos procedentes de todas as conservatórias do registo civil do arquipélago, bem como de cerca de 3 mil unidades de instalação de documentação financeira do Governo Regional da Madeira datada dos anos 80 e 90 do século passado, proveniente da Direção Regional do Orçamento e Tesouro.
Relativamente aos arquivos privados, verificaram-se 9 doações e depósitos, podendo destacar-se os arquivos da Associação da Levada dos Piornais, da Banda Recreio Camponês ou de Carlos Maria dos Santos e de Rui Santos.
Agilizar o tratamento
No quadro da aposta da Direção Regional em agilizar o tratamento, a produção de informação e a disponibilização ao público dos arquivos e bibliotecas incorporados, decorrem ou irão brevemente iniciar-se projetos sistemáticos de intervenção junto destes conjuntos documentais que deram entrada no Arquivo e Biblioteca da Madeira em 2020, nomeadamente no âmbito da respetiva descrição, digitalização e acessibilidade em contexto virtual. Entre esses projetos, podemos destacar a digitalização, a descrição e a publicação em linha de documentação do registo civil, a organização, identificação e descrição de obras e partituras musicais integrantes do arquivo da Banda Recreio Camponês, ou o tratamento, organização e descrição do arquivo do etnógrafo e folclorista madeirense Carlos Maria dos Santos.
Se o crescimento da informação digital canalizada pela DRABM em 2020 e o aumento da procura desta informação nas plataformas de pesquisa tem uma relação evidente com o atual contexto pandémico, o mesmo não se pode afirmar relativamente ao crescimento do acervo material ou físico.
Aposta forte do Governo
A este propósito, o Secretário Regional do Turismo e Cultura realça que esse crescimento “só é explicável pelo reforço de meios humanos, de gestão e organização que o Governo Regional da Madeira decidiu realizar junto da Direção Regional”.
No entender de Eduardo Jesus, “só através desse investimento se podem qualificar as medidas e os instrumentos ao serviço da proteção, promoção e acessibilidade do património, circunstância que posiciona hoje o arquipélago numa posição ímpar em termos nacionais ao nível da incorporação e salvaguarda do património documental disperso nos setores público e privado”.