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Exposição dá o mote ao arranque das comemorações dos 600 anos do descobrimento do Porto Santo e da Madeira

Mostra “As Ilhas do Ouro Branco” será inaugurada a 15 de novembro no Museu Nacional de Arte Antiga 30-06-2017 Administração Pública do Porto Santo
Exposição dá o mote ao arranque das comemorações dos 600 anos do descobrimento do Porto Santo e da Madeira A exposição “As Ilhas do Ouro Branco”, a inaugurar a 15 de novembro próximo no Museu Nacional de Arte Antiga, será o primeiro grande momento das comemorações dos 600 anos do descobrimento da Madeira e do Porto Santo. A mostra, que está a ser organizada pela Secretaria Regional da Economia, Turismo e Cultura, através da Direção Regional da Cultura, numa parceria com o MNAA e com a colaboração de diversas entidades regionais, foi ontem apresentada numa cerimónia que contou com a presença do Presidente do Governo Regional, do Secretário Regional e do Diretor do MNAA.


Segundo explicou Eduardo Jesus, a comemoração dos 600 anos do descobrimento da Madeira e do Porto Santo “esta é uma celebração nacional de relevante interesse internacional. É um marco importante na nossa história e acima de tudo da afirmação da Região neste país por várias razões, mas acima de tudo porque a Madeira foi a 1ª experiência de Portugal na expansão atlântica, porque desempenhou um papel fundamental na história do país e mesmo do mundo”, disse o Secretário Regional. O governante referiu ainda a grande importância que a Região teve “no desenvolvimento de indústrias com impacto mundial como a do açúcar, que dá o mote a esta exposição, ou do vinho ou ainda do Bordado e mesmo no setor do Turismo, que ainda hoje alimenta de sobremaneira a nossa economia. A Madeira constituiu-se ainda como a maior diocese do mundo e a primeira diocese portuguesa fora do território peninsular – neste momento com 500 anos”.
O Secretário Regional explicou ainda que o primeiro momento das comemorações dos 600 anos acontece em Lisboa, porque foi aí “que tudo começou, que a história da expansão marítima e, no fundo, a história deste arquipélago, teve início”.


Além disso “acontece no MNAA porque é o primeiro Museu Nacional e é uma referência no país e no mundo e consegue-se grande impacte e visibilidade da exposição. Consegue-se assim uma verdadeira embaixada cultural do arquipélago na capital portuguesa”.
A mostra que ficará patente até março de 2018 revela aquele que foi o período áureo da produção açucareira – daí a designação de “Ouro Branco” – inclui cerca de uma centena de obras, resultado de encomendas artísticas da época, “um conjunto patrimonial de elevado valor datado dos séculos XV e XVI, peças essas que são propriedade de várias entidades que colaboram nesta iniciativa”.


Nela estão representados variados artistas e Oficinas de renome daquele período de Países como Portugal, Espanha e a antiga Flandres (Bélgica e Holanda), peças de pintura, escultura, ourivesaria civil e religiosa, artes decorativas e ainda documentos relacionados com produção e comércio do açúcar no séc. XVI.
“Fazem parte desta exposição obras como São Tiago, pintura atribuída Dieric Bouts e a Cruz Processional de D. Manuel (do Museu de Arte Sacra) o Tríptico A Anunciação de uma Oficina Flamenga, da Capela dos Reis Magos (Estreito da Calheta) ou o Tríptico  de Nossa Senhora da Misericórdia de Jan Provoost, do Museu Nacional de Arte Antiga (uma obra proveniente da Madeira que está hoje no MNAA)”, disse Eduardo Jesus, acrescentando que se trata “de uma exposição muito completa que representa muito bem o tempo, o espaço e o património artístico regional e dessa forma reafirma importância da Madeira no Mundo”.
O secretário regional aproveitou a ocasião para enaltecer o Museu Nacional de Arte Antiga que tem sido fundamental para a divulgação do património regional “fora de portas” e com quem tem havido projetos proveitosos. “Esta interação que tem existido entre Região e MNAA não é propositada para esta exposição, é algo que já tem vindo a ser trabalhada e esta exposição não será certamente o culminar dessa parceria”.


A parceria foi também sublinhada pelo Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, que fez questão de referir que a exposição “As Ilhas do Ouro Branco” é uma mostra da Madeira “mas é de fato uma exposição nacional, do nosso melhor património nacional”, que reúne “obras de excecional qualidade que fazem parte não só do património regional, nacional e mesmo internacional.


Miguel Albuquerque agradeceu a colaboração de todos, sobretudo daqueles que contribuem que as comemorações dos 600 anos da Madeira e do Porto Santo “sejam concretizadas através desta exposição de grande qualidade que terá lugar no MNAA”, e enumerou não só as equipas da DRC e MNAA que têm trabalhado para este evento, assim como as entidades que cedem as peças que serão expostas, nomeadamente:o Museu Quinta das Cruzes e a Casa Museu – Frederico de Freitas, o ABM – Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira, Paróquias/Igrejas da toda a Região (Sé, Igreja do Colégio, São Roque, Igreja do Monte, Fajã da Ovelha, Igreja do Espírito Santo – Calheta, Capela do Loreto e Igreja de São Brás – Arco da Calheta, Igreja de Nossa Senhora da Luz – Ponta do Sol, Igreja de São Bento – Ribeira Brava, Igreja de Nossa Senhora d’Ajuda - Serra D’Água, Igreja de São Salvador – Santa Cruz, Igreja de Nossa Senhora da Conceição – Machico, Igreja da Ponta do Pargo), o Paço Episcopal, o Museu de Arte Sacra do Funchal, o Museu A Cidade do Açúcar e ainda as coleções privadas. 


António Filipe Pimentel, diretor do MNAA, afirmou que a exposição é um projeto da Madeira, mas na qual o Museu está envolvido “de alma e coração”. O responsável explicou que o MNAA é um “museu bandeira, funcionando como palco externo e interno do nosso país, por um lado, mobilizando a investigação científica interna e externa ao serviço da divulgação do património cultural, como também, acolhendo projetos que são sempre trabalhados em parceria, as grandes coleções internacionais”.
Sublinhando que foi com o “maior gosto” que se associaram aos 600 anos do descobrimento da Madeira e Porto Santo, António Filipe Pimentel afirmou que “a Madeira é um pedaço de Portugal, extraordinariamente fora do comum, que precisa de ser conhecido e reconhecido enquanto tal nacional e internacionalmente”.
Agradecendo a “extraordinária colaboração” com a Região, o diretor do MNAA deu ainda uma palavra especial aos comissários – Fernando António Baptista e Francisco Clode, mas também aos museus, à diocese e colecionadores particulares que colaboraram nesta mostra e acrescentou que, no âmbito do espírito de parceria, no final do ano o MNAA vai emprestar um pequeno conjunto de obras que serão expostas no Museu de Arte Sacra.



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