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LifeDunas pretende devolver areia ao cordão dunar

Inserido no projeto Life Dunas equipas de mergulhadores estão a pesquisar zonas com potencial para fornecer areia às dunas do Porto Santo. 30-07-2021 Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas
LifeDunas pretende devolver areia ao cordão dunar

No âmbito do projeto Life Dunas, a secretária regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, deslocou-se à ilha do Porto Santo onde se inteirou dos trabalhos realizados por equipas de mergulhadores que se encontram a identificar áreas com potencial para empréstimo/extração de areia. O objetivo destes trabalhos é a reconstrução do cordão dunar numa zona em que se encontra mais degradado e consequentemente aumentar a proteção costeira.

Recorde-se que um dos objetivos do projeto Life Dunas, orçado em 3 milhões de euros (financiado a 55% pelo programa LIFE da União Europeia), passa pelo restauro do cordão dunar degradado, com recurso a areia, sem comprometer a dinâmica costeira.

Segundo explicou Susana Prada, este é um dos pontos essenciais do projeto.

“Sabemos a importância que a duna tem como proteção da orla costeira e das populações. Devido às alterações climáticas assiste-se cada vez mais à ocorrência de episódios extremos pelo que é fundamental identificar as zonas com potencial para recuperação do cordão dunar danificado”, disse a governante.

Neste momento, além da permanente monitorização da praia, estão programados vários mergulhos para identificar possíveis zonas de extração de areia. “Estão a ser realizados, por uma empresa especializada, vários mergulhos e sondagens no mar do Porto Santo, para identificar possíveis zonas de extração de areia, a profundidades tais onde a areia não consegue pela ação das ondas chegar à praia. O objetivo principal é a recuperação da duna, mas também saber onde existe areia caso seja necessário, no futuro, alimentar a praia” referiu a governante que, na deslocação ao Porto Santo, fez-se acompanhar pelo diretor regional de Ambiente e Alterações Climáticas, Manuel Ara.

Para já, a atendendo aos dados da monitorização em curso sabemos que existe areia suficiente no “sistema praia” para assegurar a alimentação natural da praia do Porto Santo.

De referir que o acompanhamento deste trabalho está a ser feito pela equipa liderada pelo Professor César Andrade, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, uma referência na área da dinâmica costeira.

Paralelamente estão também a ser recolhidas amostras em vários locais na duna e praia, por forma a obter uma caracterização sedimentar, e realizadas colheitas de amostras de solo, de modo a conhecer as suas caraterísticas de fertilidade com o objetivo de adotar práticas agrícolas que promovam a sua recuperação e escolha do porta-enxerto mais adequado.

Foi já realizado o levantamento da cobertura ecológica na área de intervenção, bem como o levantamento cartográfico dos núcleos das espécies alvo do projeto e, inclusive, já foi dado início à produção em viveiro de quatro das espécies alvo em diferentes tipos de substrato, num total de 1200 exemplares.

 

 

OBJETIVOS

Este projeto tem como principais objetivos:

a) restauro de uma área substancial de cordão dunar degradado, com recurso a areia com origem em manchas de empréstimo ao largo da costa, sem comprometer a dinâmica costeira;

b) restauro do ecossistema dunar, baseado no controlo de espécies exóticas invasoras e instalação de um coberto vegetal na zona reconstituída selecionando-se um conjunto de espécies devidamente adaptadas às condições locais;

c) prevenção do impacto que a pressão humana poderá ter nas áreas restauradas criando um passadiço de forma a reduzir significativamente a pressão exercida;

d) dinamização da viticultura tradicional a tardoz da duna, bem como a recuperação dos típicos muros “crochet”, contribuindo para melhorar a resiliência e diminuir as perdas por erosão eólica, tendo também um forte impacte positivo na paisagem local;

e) atividades de divulgação e sensibilização ambiental, com envolvimento regular da população residente e visitante e das várias organizações da sociedade civil, contando ainda com eventos de voluntariado ativo;

f) Replicação da intervenção noutras zonas em risco de degradação.

 

 

 

 


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