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Área florestal modelo nascerá no Montado da Alegria

Governo incentiva proprietários de terrenos florestais a criarem um coberto de espécies folhosas com maior resistência ao fogo 22-08-2016 Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas
Área florestal modelo nascerá no Montado da Alegria

O governo regional da Madeira, através da secretaria regional do ambiente e recursos naturais, irá desenvolver um projeto florestal, que pretende ser modular e estruturante na zona florestal do concelho do Funchal.

 

Numa área com aproximadamente 25 hectares, o governo quer demonstrar aos proprietários que possuem os seus terrenos florestais abandonados, que é possível reverter a ausência de gestão florestal, criando um coberto de espécies folhosas com maior resistência ao fogo e com menos probabilidade de arderem, tal como indica o Plano Regional de Ordenamento Florestal.

 

Para além de poderem retirar, a médio prazo, dividendos desta intervenção, os proprietários estarão a contribuir para o enriquecimento paisagístico da cidade do Funchal.

A secretaria do ambiente, através do instituto de florestas e conservação da natureza, estará disponível para fornecer aconselhamento técnico aos proprietários interessados na reconversão, assim como na candidatura a fundos europeus disponíveis para o efeito.

 

Este projeto será levado a cabo na freguesia de São Roque, na zona da Esperança, na única área sob gestão do governo regional, no concelho do Funchal, que ainda possui este tipo de coberto florestal a recuperar.

 

A zona a ser intervencionada possui espécies invasoras (acácias) e outras de pouco interesse florestal, como os eucaliptos, além de muito mato que arde facilmente.

O Montado da Esperança é uma área florestal que se encontrava abandonada, tendo o governo regional adquirido os terrenos e reconvertido toda a parte norte, integrando os mais de 700 hectares florestados nas freguesias de São Roque e Santo António.

 

Com este projeto, a área no Montado da Esperança ocupada por acácia, eucalipto e mato será objeto de reconversão e florestação com espécies florestais que acrescentam valor e reduzem significativamente o risco de incêndio. Pretende a secretaria do ambiente plantar espécies folhosas, essencialmente indígenas, que devido ao grau de água retido pelas folhas, e à ausência de substâncias resinosas no seu lenho, possuem maior resistência ao fogo.

 

Por outro lado, a introdução de um leque variado de espécies, como serão o barbuzano, o loureiro, o til, o vinhático ou mesmo os castanheiros e nogueiras, permitirão ao nível do solo a constituição de um sistema radicular diferenciado, estratificado e profundo, que confere muito maior proteção em caso de fenómenos extremos de precipitação, quando comparado com um coberto único de acácias (ou mesmo de outras espécies invasoras) cujo sistema radicular, homogéneo e superficial, tem como consequência o arrastamento em massa em casos extremos de precipitação.

 

Embora esteja em estudo uma alteração à legislação em vigor que “Estabelece o regime de proteção dos recursos naturais e florestais”, o governo regional relembra que árvores com idade igual ou inferior a cinco anos, e ainda os arbustos que tenham crescido espontaneamente, com idade igual ou inferior a sete anos (desde que tal prática não prejudique a conservação do solo e não seja para venda) podem ser cortados sem qualquer tipo de autorização ou licenciamento.

 


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