Se for picado por uma
caravela-portuguesa ou água-viva, sabe, por acaso, o que fazer? Saiba que há pequenos gestos e ensinamentos que
podem evitar complicações maiores e que estão agora disponíveis na aplicação
“GelAvista”, um programa de ciência da responsabilidade do Instituto Português
do Mar e da Atmosfera (IPMA) que tem como público-alvo os cidadãos portugueses
do continente e regiões autónomas da Madeira e Açores.
Para além de poder aceder
a informação relevante para se proteger de forma adequada, a aplicação
“GelAvista” apela à cidadania de cada um de nós, convidando-nos a participar na
monitorização destes organismos gelatinosos, enviando para o IPMA, através da
aplicação, os avistamentos que descortinamos de águas-vivas.
O Governo Regional da
Madeira, através da secretaria regional de Mar e Pescas e da direção regional
do Mar, e a Estação de Biologia Marinha do Funchal, são parceiros do IPMA neste
projeto que apela ao envolvimento das populações na recolha de informações
valiosas. Na Região, o projeto tem o acompanhamento científico da diretora
regional do Mar, Mafalda Freitas. Em 2019, voluntários comunicaram 525
avistamento na Madeira.
Águas-vivas, medusas e
alforrecas
As águas-vivas, medusas
ou alforrecas, como o nome indica, são todos os organismos pelágicos com aspeto
semelhante a “gelatina”. As águas-vivas são animais marinhos muito apreciados
pelas tartarugas marinhas, por possuírem células muito especializadas chamadas
cnidocistos, principalmente concentradas ao longo dos seus tentáculos, que são
capazes de injetar um veneno para defesa e para capturar presas.
Arrastadas pelas
correntes e sem grande capacidade de locomoção, as alforrecas podem, em
contacto com as pessoas, provocar queimaduras com os seus tentáculos, causando
por vezes lesões graves e bem visíveis. A maioria dos contatos acidentais com
águas vivas ocorre durante a natação no mar ou quando estas encalham em praias
na costa.
Projeto “GelAvista” na Madeira
O “GelAvista” é um
programa de ciência do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), destinado
à população do território continental e regiões autónomas da Madeira e Açores, responsável
pela monitorização de organismos gelatinosos na costa portuguesa.
O programa tem como
objetivo envolver a população em geral na recolha de informação sobre o
avistamento de organismos de aspeto gelatinoso nas praias, marinas, em
atividades de mergulho ou náuticas, ou ainda desde embarcações. O programa iniciou-se em 2016, tendo
oficializado em 2018 a sua extensão à Madeira.
Os voluntários
interessados podem descarregar na playstore a aplicação “GelAvista” para
telemóvel e tablet, tanto para telemóveis Android como IOS. Uma ferramenta que
visa facilitar o envio de avistamentos de organismos gelatinosos a todos os
observadores “GelAvista”.
Em 2019 observadores
voluntários comunicaram cerca de 2364 avistamentos ao longo de toda a costa
portuguesa e 525 na Madeira, número que as entidades regionais parceiras do
programa pretende aumentar. A nível regional participam no projeto a direção regional
do Mar e Estação de Biologia Marinha do Funchal.
Recordar que, em dezembro
de 2019, realizou-se na Madeira o “4.º Encontro GelAvista” com o apoio da embaixada
do Canadá.