Em declarações
ao Económico Madeira, Eduardo Jesus sublinha que a rota para região autónoma é
lucrativa e que tem permitido financiar outras ligações que são verdadeiros
prejuízos.
“Qualquer
investimento público deve atender às necessidades da população portuguesa.
Neste caso em particular, todos sabemos que as acessibilidades aéreas são
fundamentais para o nosso dia-a-dia e têm um impacto extraordinariamente
relevante na economia regional. Um maior envolvimento do Estado na companhia
deve, acima de tudo, corrigir os erros cometidos na reversão da privatização em
que o Estado assumiu maiores responsabilidades sem exigir qualquer
contrapartida que viesse beneficiar, nomeadamente, os madeirenses e os
portossantenses”, considera o governante, em reação à decisão de Bruxelas em
aprovar um apoio do Estado de 1.200 milhões de euros para a TAP, que servirá
para ajudar na liquidez da empresa e fortalecer a resposta aos danos provocados
pela covid-19 no setor. Um montante que está pendente da aprovação do acionista
privado da companhia aérea e da construção de um plano de reestruturação da
empresa.
Para o
secretário regional de Turismo este é o momento certo para levar em conta “as
especificidades regionais e justificar esse investimento com a resposta que tem
que ser dada a quem depende exclusivamente do transporte aéreo”, acrescentando
que de outra forma seria “continuar tudo na mesma e, como todos nós sabemos, é
a situação que menos interessa”.
Na entrevista
ao EM, o governante reforça que é preciso considerar quais são as necessidades
da Região Autónoma da Madeira. “Importa conhecer junto da Região as carências
sobre as quais urge atuar. Podem ser novas rotas, novas origens/destinos,
outros horários, mais frequências, novas operações, parcerias com outras
companhias, … um conjunto muito alargado de possibilidades”, sublinha.
Eduardo
Jesus alerta que a Madeira não pode constituir uma rota rentável para a TAP sem
que haja um benefício efetivo para a sua população.
“Se a TAP
apresenta, ao longo de anos e anos prejuízos que agora têm de ser cobertos por
todos os portugueses, importa lembrar que os madeirenses e os portossantenses
já deram o seu contributo. A rota da Madeira tem permitindo financiar muitas
das outras que são verdadeiros prejuízos. Nós temos, durante todo o tempo, dado
o nosso contributo”, afirma.
O governante
refere que a Madeira tem de ser encarada como parte da solução da TAP, tendo em
conta a sua lucratividade, e sublinhou que a região quer continuar a fazer
parte dessa caminhada.
Eduardo
Jesus pede também “mais e melhores” ligações internacionais. “Temos carências
junto da nossa diáspora, temos origens importantes para o nosso turismo que
devem voltar a ter ligações diretas como já tivemos. Existem muitas
oportunidades que devem, neste momento, ser atendidas”, explica.
Uma maior
oferta de lugares é outra das reivindicações, bem como preços mais acessíveis.
Eduardo
Jesus sublinha que “é da mais elementar justiça reconhecer que a TAP tem estado
com a Região em todos os momentos e sempre que precisamos da companhia, a TAP
tem estado ao nosso lado”, e que a pandemia é um exemplo.
O governante
diz o desejo passa por reforça a parceria da região com a TAP, e que as
características da região autónoma sejam tidas em conta.