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Tradição ancestral “Os remates de telhado, na arquitetura madeirense”

Museu Etnográfico da Madeira 13-07-2020 Turismo e Cultura
Tradição ancestral “Os remates de telhado, na arquitetura madeirense”

O Museu Etnográfico da Madeira, tutelado pela Secretaria Regional de Turismo, apresenta a partir de 21 de julho, a exposição temporária “Os remates de telhado, na arquitetura madeirense”, destaca hoje, na sua edição, o Jornal da Madeira.

Integrada na exposição temporária do projeto semestral “Acesso às coleções em reserva”, o museu divulga uma tradição ancestral, subjacente a um saber-fazer que faz parte do património cultural material e imaterial madeirense e que representa uma herança cultural, passada de geração em geração.

Trata-se dos elementos figurativos, colocados nos extremos dos beirais e nas cumeeiras, popularmente conhecidos como “remates de telhado” e que representam um importante testemunho da arquitetura popular madeirense. Apresentam um figurado variado, inspirado em figuras antropomórficas, em animais, em figuras naturalistas ou estilizadas. 

Segundo alguns autores, estes elementos têm as suas raízes em superstições e presságios, sinais de cultos pagãos, que tinham como função espantar o efeito “maléfico dos seres sobrenaturais”, funcionando como figuras protetoras do lar e das pessoas que nele habitam. 

A tradição dos remates de telhado, tornou-se uma constante nas habitações construídas em finais do século XIX e durante o séc. XX, caindo em desuso no final do mesmo século. Esta tradição adquiriu, na Ilha da Madeira, uma maior expressão e longevidade do que no seu território de origem, Portugal continental.

Os remates de telhado eram confecionados essencialmente em barro, embora existissem alguns em cimento e, inicialmente, eram modelados, à mão, pelos oleiros. Devido à sua grande procura, as olarias passaram a utilizar, mais tarde, moldes em gesso, permitindo a produção em série destes artefactos. A última olaria a laborar na Ilha da Madeira e a produzir estes remates de telhado, foi a Antiga Olaria do Lazareto, sediada no concelho do Funchal. Alguns desses moldes, utilizados por aquela unidade fabril, fazem parte do acervo do museu e estão patentes ao público nesta exposição. Será também apresentada a coleção de remates de telhado do museu e algumas peças de coleções particulares.

Recorde-se que o museu, nas suas atividades anuais, realiza também, oficinas com o intuito de transmitir o “saber-fazer”, de várias atividades que se encontram quase em extinção, incentivando, desta forma, o interesse dos jovens em áreas como o artesanato e etnografia. Para além disso, coordena diversas exposições temporárias e itinerantes, uma forma de descentralizar a divulgação, promovendo as referidas exposições, em vários concelhos, a diferentes públicos e instituições. O projeto” Acesso às Coleções em Reserva”, permite a rotatividade das peças que o museu possui, em reserva.

O Secretário Regional de Turismo e Cultura,  referiu ao JM, que “o Museu Etnográfico da Madeira, é, por excelência, o espaço que preserva e divulga os testemunhos da nossa cultura tradicional. Instalado num dos edifícios emblemáticos da Ribeira Brava, onde funcionou o antigo engenho de aguardente, mantém- se ativo, quer na investigação e conservação do património material e imaterial, quer na abordagem dos temas escolhidos, como é o caso desta exposição”, salienta Eduardo Jesus. O governante considera que " o museu preserva, de forma única, a tradição, cultura e etnografia da Região, tendo em consideração, o passado, potenciando, no presente e no futuro, o desenvolvimento e continuidade de um património que nos identifica".

 


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