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Eduardo Jesus: "É uma obrigação do Governo Regional apoiar a cultura"

O secretário regional disse ontem à tarde na abertura do 6.º Seminário de Bandas e Filarmónicas que “é uma obrigação do Governo Regional apoiar a cultura”. Complementou que “a cultura é, acima de tudo, um investimento”. 22-11-2020 Turismo e Cultura
Eduardo Jesus: "É uma obrigação do Governo Regional apoiar a cultura"

Eduardo Jesus começou a sua intervenção por dizer que era com o maior agrado que ali estava, “por variadíssimas razões”. Referiu que a melhor forma de o manifestar seria agradecendo.

Nesse sentido, começou por remercear “o enorme contributo que as bandas têm dado ao longo dos tempos à sociedade da Madeira. Se olharmos para o panorama regional e procuramos ver quais são as coletividades mais antigas e aquelas que se mantêm ativas ao longo de mais tempo, as bandas são, necessariamente, as que marcam a liderança dessa lista”.

O governante explicou que isso tem uma leitura que deve ser registada. Em primeiro lugar, porque “são coletividades onde as pessoas se integram por vontade própria, muito para além dos seus afazeres profissionais e familiares, para as quais encontram sempre tempo para estar juntos e para ver através da música uma forma de presença e para preservar a cultura. As bandas, ao longo da sua existência, têm permitido, de forma constante e continuada esse alimentar da cultura da nossa terra”.

Eduardo Jesus agradeceu igualmente a todos os músicos que “tornam possível este contributo”. Reconheceu e sublinhou “saber bem, e conheço muitos, que têm atividades profissionais que já ocupariam o suficiente no dia, mas encontram horas para ensaiar durante a semana, para atuar ao fim-de-semana ou ao final do dia. Isto tem um valor extraordinário porque nenhum dos músicos que retribui com este empenho e com esta dedicação está à procura de dinheiro. Está, acima de tudo, em busca de uma participação que é cultural. E isso é um grande exemplo que deixam à sociedade”.

 

Cultura não é uma despesa

 

O secretário regional acentuou que este segundo agradecimento o transporta imediatamente para a forma como o Governo Regional apoia a cultura. “Não entendemos a cultura como uma despesa. Nem consideramos que alguém pede ao Governo dinheiro para poder fazer umas coisas. Isso é uma leitura completamente errada. É uma obrigação do Governo Regional apoiar a cultura. Se nela encontramos a expressão de um povo, que nos conta a história, e, conforme foi dito, nesse presente prepara o futuro, temos a obrigação, como governantes, de investir na cultura. Por isso mesmo, pediu aos presentes na sala para que, em conversa alguma, que jamais permitam lhes digam que a cultura é uma despesa. A cultura é, acima de tudo, um investimento. Estamos a investir em pessoas e na nossa memória futura, mas também no bem-estar que atualmente também se pode cultivar e disponibilizar através desta expressão musical”.

Reconheceu que este foi um ano particularmente exigente, e disse que todos sabem muito bem a razão. “Os músicos viram-se privados daquilo que mais gostam de fazer que é atuar. Por isso, procuramos criar apoios para compensar a perda de receitas, espetáculos que não se fizeram, e atuações que foram adiadas. Mas nada substitui a realização do músico na sua atuação. E isso, infelizmente, não é possível fazer”, frisou Eduardo Jesus complementando que “ainda se criaram algumas oportunidades para que os músicos ou os artistas pudessem atuar, neste caso em particular, porque a predominância são os instrumentos de sopro, as limitações ainda são maiores, daí que todos vós tenham ficado privados de uma forma ainda mais significativa”.

 

A segunda linha de apoio

 

Apontou a recém-criada segunda linha de apoio à Cultura, que vem na sequência da primeira, e procurar essa mesma compensação. “Estamos abertos e disponíveis para esclarecer qualquer dúvida que exista para contribuir que esse acesso seja facilitado”, reforçou.

Eduardo Jesus deixou claro ainda que “o Governo vai continuar a convidar as bandas para as atuações e elogiou igualmente as sete pessoas que foram homenageadas ontem na abertura do seminário. Isso é uma outra mensagem que tem para mim um significado muito querido. É que, quando premiamos o mérito, estamos a contribuir para que a sociedade seja melhor. E este é um ato reservado a poucas pessoas”. Neste âmbito, referiu que “parece que há muita gente que tem dificuldade em reconhecer o bem que os outros fazem. E, mais uma vez, neste seminário, marcam uma posição muito construtiva ao reconhecer e homenagear o trabalho daqueles que fizeram bem, porque esses são os exemplos que temos de ter para seguir. E a nossa vida é feita de referências, que têm de ser boas, porque, se não o forem, não caminhamos na evolução”.

A finalizar, o secretário regional de Turismo e Cultura disse ser com grande agrado que estava naquela sede porque foi a primeira vez que ali esteva depois de entregar a chave do espaço no anterior mandato. “Na altura, entendi nas palavras dos dirigentes a importância que tinha esta sede. Hoje pude testemunhar a maneira como todo o espaço está organizado e como com grande orgulho a vossa história está espelhada nestas paredes e nos instrumentos que se encontram em exposição e no arquivo que guardam, que pode seguir os passos de outras instituições”, sublinhou acrescentando que “o Arquivo e Biblioteca da Madeira está aberto para colaborar com as bandas, à semelhança do já aconteceu com uma”.

Referiu que não tem de ser necessariamente uma entrega. “Podem apenas depositar o vosso espólio e não doar, se assim entenderem. Em qualquer dos casos, o ABM faz o tratamento de todo aquele papel que é história e cultura, e fica sempre à vossa disposição, além de poder ser digitalizado e de ter outro acesso para investigação e tudo o mais”, concluiu.


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