«O Registo Internacional de Navios da Madeira já é o terceiro a nível europeu, com mais de 680 grandes navios registados com a Bandeira Portuguesa, acolhendo ainda empresas de manning e shipping, que geram empregos muito bem remunerados aos seus jovens profissionais», sublinhou.
O presidente do Governo Regional intervinha na cerimónia que ainda decorre em Câmara de Lobos, no Museu da Imprensa, em que estão a ser apresentados projetos e iniciativas ligadas aos oceanos.
Na oportunidade, Miguel Albuquerque recordou que a perspetiva aponta para um crescimento de 14% no Registo Internacional de Navios, ainda este ano. E instou: «Portugal tem condições para se tornar um dos países mais importantes do Mundo neste sector altamente especializado».
Para além da defesa do MAR, Miguel Albuquerque referiu-se ainda a questões relacionadas com os portos, transportes marítimos, logística, engenharia e reparação naval.
«Se Portugal quiser assumir um papel central na interface América-Europa; Canal do Panamá – Europa, Oriente e África-Europa, tem de investir na modernização, requalificação e logística nos seus portos no Continente e nas Regiões Autónomas. 90% do comércio externo da Europa e 40% do comércio intereuropeu passa pelos portos Europeus. Anualmente transitam nos portos marítimos da Europa 3,5 mil milhões de toneladas e, 300 milhões de passageiros», defendeu.
Segundo o líder madeirense, «ignorar a modernização e logística portuária e os seus sectores associados como a construção e reparação naval, onde temos grande tradição e o turismo de cruzeiros e científico é, no mínimo, absurdo».
«Lembro que Canárias hoje é um centro prestador de excelência destes serviços no Atlântico. Portugal com melhores condições porque é que não o faz?», questionou.
Para Miguel Albuquerque, o triângulo atlântico – Continente / Madeira / Açores – «necessita, também, de ligações marítimas de passageiros regulares, pois esta é uma das formas inteligentes de exercer os nossos direitos de soberania no mar».
«Espanha tem ligações regulares marítimas com Canárias. Portugal, como potência média atlântica, tem de o fazer com os seus Arquipélagos», preconizou.
O chefe do Executivo madeirense diz que «esta não é apenas uma questão de coesão nacional e de exercício de soberania, é acima de tudo, uma opção geopolítica essencial».