O Museu Etnográfico da Madeira está a celebrar o Carnaval desde o passado dia 28 com o projeto “CARNAVALando” da responsabilidade dos Serviços Educativos daquela instituição. No âmbito deste projeto, que tem como público-alvo as gerações mais novas, está patente, no interior do museu até ao dia 22 de Fevereiro uma exposição de máscaras pintadas pelos alunos do 6º ano da Escola Básica e Secundária Padre Manuel Álvares. No dia 4 de Fevereiro, os Serviços Educativos vão promover um atelier de experimentação plástica sobre o tema do Carnaval, entre as 10 e as 12 horas e das 14 às 16 horas. A participação nesta iniciativa é gratuita mas carece de marcação prévia junto dos serviços competentes. Além deste atelier, durante todo o dia 4 haverá ainda lugar a momentos de descontração no jardim do museu, com “Brincadeiras Carnavalescas” (pinturas de rosto e danças). Refira-se ainda que sob o tema do Carnaval, no piso 0 do Aeroporto da Madeira, e da responsabilidade do Museu Etnográfico, está patente desde a última sexta-feira, dia 29 de Janeiro, a exposição itinerante “Máscaras”. Trata-se de uma mostra de diferentes máscaras, subordinadas à temática das “Flores”, pintadas pelos alunos do 6º ano da Escola Básica e Secundária Padre Manuel Álvares, orientados pelo Professor António Lume.
Já no átrio do museu, a partir da próxima terça-feira, dia 2 de Fevereiro e até ao dia 7 de Agosto, estará patente a Exposição “Gastronomia Tradicional: o Bolo do Caco”. Esta mostra inclui-se no projeto “Acesso às coleções em Reserva”, através do qual, semestralmente é apresentada uma nova temática no átrio da instituição com o objetivo de proporcionar uma maior rotatividade das coleções do museu que não se encontram expostas ao público. De acordo com a informação disponibilizada pelo Museu Etnográfico, não é possível fixar uma data precisa para a origem do pão. Provavelmente surgiu no Neolítico, período em que o homem passou a domesticar alguns animais e tornou-se agricultor. Pensa-se que por volta do VII milénio a.C. os egípcios começaram a usar fornos de barro para a confeção do pão, sendo-lhes também atribuída a descoberta do acréscimo de líquido fermentado à massa, tornando-a leve e macia. Até então só se conheciam as tortas ou as bolachas, de forma plana e consistência dura (o pão ázimo), de massa de farinha cozida entre as brasas. Mais tarde o conhecimento do pão espalhou-se, então, por todo o Mediterrâneo. Recorde-se que antigamente o bolo do caco era amassado à mão e cozido num caco (recipiente de barro), abafado de cinza ou em lume vivo, dando-lhe a forma de um bolo redondo e achatado. Atualmente em algumas unidades domésticas ainda se coze o bolo do caco em cima de uma pedra de tufo (cantaria) aquecida no lar. Nos arraiais e estabelecimentos comerciais, generalizou-se o uso de uma chapa de ferro.
Inaugurado em Junho de 1996, o Museu Etnográfico da Madeira, foi visitado por cerca de 6.500 pessoas no ano passado (16.900 utilizadores em todo o espaço), uma diminuição relativa ao total de visitas registadas em 2014 que se prende com o fato de, desde o princípio de 2015 e devido à falta de funcionários, o museu ter passado a encerrar dois dias por semana (até 2014 encerrava apenas um dia). Este espaço museológico tutelado pela Direção Regional da Cultura, fica localizado no antigo engenho de aguardente da Ribeira Brava e tem como vocação a investigação documentação, conservação e divulgação dos testemunhos da cultura tradicional madeirense. O acervo do Museu integra coleções que abrangem variados aspetos sociais, económicos e culturais do arquipélago.