O secretário regional de Mar e Pescas revelou que há empresários da Região interessados na instalação de produções de aquicultura em terra e apontou a exploração dessa área específica como um complemento à produção de espécies em mar aberto.
Sem revelar as áreas dos interessados para a produção de aquicultura inshore, Teófilo Cunha disse apenas que “é forte a possibilidade” de a Região vir a ter proximamente novos investimentos nesta área, mas ressalvou que isso não significa abandonar a produção offshore.
Para o governante, a questão da aquacultura é “muito clara”, argumentando que “metade do peixe que é consumido hoje em dia” vem deste setor e acrescenta outros dados: “Este é o caminho a seguir se não quisermos privar a esmagadora maioria da população de ter acesso ao consumo de peixe a preços acessíveis”, salientou, fazendo notar: “A pesca selvagem tem os dias contados, os estudos científicos dizem que ao ritmo atual, dentro de 30 anos teremos muito pouco peixe no mar e se não tivermos outros meios sustentáveis de produção, comer peixe será um luxo apenas acessível a quem tiver mais poder económico”.
Teófilo Cunha diz que o Governo Regional irá desenvolver ações de esclarecimento junto da população para combater “a informação falsa que meia dúzia de pessoas põe a circular na opinião pública”. Nota que a ciência e a investigação estão do lado de quem vê na aquicultura um meio para proteger os ecossistemas marinhos, assegurar o consumo de pescado, em condições de higiene e segurança alimentar, prover um aumento da riqueza regional e criar postos de trabalho qualificados.
Acerca dos novos investimentos, o governante disse que “numa economia aberta, compete aos governos criarem condições para que os empresários possam investir em novas áreas”, com regras que “nos permitam diversificar a economia, criar riqueza e postos de trabalho, preservar a biodiversidade e os ecossistemas”.
Teófilo Cunha falava no final da visita oficial que fez à Feira Empresarial da Economia Azul que decorre em simultâneo à Conferência Europeia da Aquacultura, evento que reúne no Funchal 1.200 cientistas e investigadores e mais de 100 empresas ligadas ao setor, da investigação, à ciência, tecnologia, produção, comercialização e conservação.