O presidente do Governo Regional falava na Santa do Porto Moniz, onde se deslocou logo que chegou à Madeira, para se inteirar da situação naquele concelho, o mais preocupante junto com a da Calheta.
Na oportunidade, o líder madeirense acentuou que, desde o início, como é prática comum na Região, a prioridade «é, sempre, salvaguardar a vida das pessoas e as habitações».
O governante recordou que este tem tido um verão com temperaturas atípicas, muito altas. «Estas duas últimas semanas foram muito muito complicadas, com ventos fortes e temperaturas acima dos trinta graus», lembrou ainda.
«Depois tivemos um fogo posto na Calheta, que depois passou para a Fajã da Ovelha, para a Ponta do Pargo e depois para as Achadas da Cruz e para o Porto Moniz. Tivemos ainda um incêndio no Curral das Freiras, na sequência de uma queimada provocada por um senhor da idade. Depois, tivemos o da Quinta Grande, onde se suspeita também de fogo posto, que está em fase de rescaldo», historiou.
Miguel Albuquerque salientou, a propósito, a importância da aposta que a Região fez ao nível do meio aéreo de combate a fogos: «Ainda bem que tivemos o helicóptero. Só este verão tivemos 35 operações de apagamento de fogos rurais por meio aéreo, com cerca de 250 horas de voo».
O governante sublinha que foram mobilizados todos os meios possíveis para este combate aos fogos, aproveitando ainda para agradecer ao Governo da República a ajuda dada, com a vinda de uma força de bombeiros, que «é muito importante para nós».
Neste momento, o Governo começou já «a fazer o rescaldo e a avaliar os danos para depois voltar-se à normalidade».
O líder madeirense explicou ainda que a ajuda a Lisboa foi solicitada quando a situação se agravou e, como tal, se justificou.
Miguel Albuquerque negou ainda fata de meios: «Temos cerca de 700 bombeiros, temos material e equipamento adequado. Temos até drones….. As pessoas têm de perceber que quando não estamos junto a casas, estamos a montante a conter o fogo. Em fogos em mata o que temos de fazer é conter o fogo».
Segundo o governante, com estas alterações climáticas, «vamos continuar a fazer um grande esforço (temos corpo de sapadores florestais que está a fazer limpezas, por exemplo em São Roque e no Caminho dos Pretos) na criação de zonas tapa-fogo». E ainda mais investimentos nesta área.
Quanto ao gado, reforça que o pastoreio ordenado é para continuar a apoiar, mas rejeita a pastorícia desregrada e sem cerca. «O pastoreio descontrolado provoca erosão de solo e isso é perigosíssimo em termo de aluviões», recorda.
Quanto a necessidades de realojamento, anuncia que há casas que terão de ser recuperadas e há uma que foi ardida, pelo que terá de haver realojamento dessa família.
Por outro lado, será feito um levantamento dos animais atingidos, de modo a ajudar os produtores de gado, e serão ainda apoiados os agricultores vítimas destes incêndios. A este propósito, mostrou-se satisfeito pela Estação Zootécnica ter escapado aos fogos, o que já aconteceu com a Feira do Gado, onde terá de haver uma recuperação.
Quanto à necessidade de se pedir mais meios a Lisboa, diz que para já tal não se afigura, até porque a temperatura tende a baixar já a partir de segunda-feira.
«Neste momento, o importante é fazer o rescaldo dos incêndios e estarmos atentos a reacendimentos. É preciso estarmos de
prevenção. Há ainda fogos. Mas, temos de ter calma e tudo vai correr bem», sublinhou, antes de concluir com um agradecimento aos autarcas e a todos os que ajudaram no combate aos fogos.