O percurso iniciou-se junto ao Poço da Neve, um reservatório datado de 1813, utilizado em tempos para armazenar a neve e o granizo que caíam esporadicamente nas montanhas mais altas do Funchal. O gelo era utilizado nos hospitais, hotéis e fabrico de sorvetes até à primeira metade do século XX, altura em que apareceram as primeiras máquinas de fabrico de gelo na Madeira.
Seguiu-se a passagem pelo Chão do Areeiro, onde a paisagem envolvente é grandiosa, com o vale da Fajã da Nogueira e a costa nordeste da Madeira em destaque.
A continuação do percurso até ao início da Ribeira das Cales foi uma oportunidade para observar espécies caraterísticas de altitude, algumas muito raras entre a flora madeirense, como a sorveira, Sorbus maderensis, ou mais comuns, as urzes, Erica platycodon e Erica arborea, a uveira-da-serra, Vaccinium padifolium e algumas árvores, o perado Ilex perado e o loureiro Laurus novocanariensis.
Nestas áreas são facilmente observadas várias aves passeriformes, sendo as mais comuns o corre-caminhos, Anthus berthelotti madeirensis, e o bis-bis Regulus madeirensis.
O vale da Ribeira das Calesfoi a descoberta seguinte. A vegetação indígena, pequenas lagoas e cascatas ao longo da ribeira são observadas a partir do caminho que alterna entre as margens direita e esquerda, até à aproximação ao Centro de Receção do Parque Ecológico do Funchal.