A abertura da mostra foi antecedida da apresentação (e mesa-redonda) de dois livros que trazem à luz investigações e dados sobre a vida e morte daquele que foi Carlos IV da Hungria, da responsabilidade da Fundação Otto de Habsburgo, com a colaboração da associação Veritas da Hungria e a parceria do Governo Regional, através da Secretaria Regional de Turismo e Cultura/Direção Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira, entidade que estabeleceu um protocolo de colaboração com a referida Fundação em junho último.
Na ocasião, o presidente do Governo Regional falou dos fortes laços que unem a Madeira à Hungria, sobretudo devido ao facto de o Beato Carlos ter vivido os últimos meses de vida e falecido na Madeira, tendo deixado uma marca profunda na população da ilha e reforçado uma ligação inefável com os Habsburgos. “O que une os povos é a cultura e o sentimento”, disse Miguel Albuquerque, afirmando que a comemoração do primeiro centenário da morte do Beato Carlos, quer para a Região, quer para a Hungria, apresenta-se como uma oportunidade, não só, para manter viva a memória dos Habsburgos e o contributo que deram à Europa, mas também, e sobretudo na época que agora se vive, para estudar e refletir sobre a forma como o último líder do império austro-húngaro pugnou pela paz. “Trata-se sobretudo de reforçar a ligação entre povos” disse ainda, recordando a ligação direta aérea que agora une a Madeira a Budapeste.
O presidente do Governo Regional abordou ainda a criação do Museu do Romantismo que irá nascer em 2023, na casa que foi a última residência de Carlos, na freguesia do Monte, e que contará com uma ala dedicada a Carlos IV da Hungria.
Acima de tudo, Miguel Albuquerque realçou que a Madeira “tem uma porta aberta para a Hungria” e assegurou que o desejo do Governo Regional é o de “continuar a construir e a reforçar esta ligação entre os nossos povos”.
Numa sala repleta de pessoas, entre entidades oficiais húngaras e regionais, assim como historiadores, investigadores, jornalistas e outros interessados na vida e percurso dos Habsburgos, foram referidos (e depois revelados) documentos e fotografias que, na sua maioria, não eram do conhecimento público na Hungria. Gergely Prőhle, diretor da Fundação Otto de Habsburgo, entidade promotora das iniciativas desta semana, sublinhou na ocasião a cooperação existente com as entidades regionais, salientando a Direção Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira, que cedeu a exposição “Centenário da Presença de Carlos de Áustria na Madeira: Um percurso pelos Acervos do Arquivo e Biblioteca da Madeira" que, juntamente com alguns documentos adicionais da fundação húngara e devidamente traduzida, foi ontem inaugurada.
Na sessão que contou ainda com a presença do secretário regional de Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, do diretor regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira, Nuno Mota, assim como do embaixador da Hungria em Portugal, Miklós Halmai, do embaixador de Portugal na Hungria, Jorge Roza de Oliveira, e do cônsul honorário da Hungria na Madeira, Pedro França Ferreira, foram assim evocadas as relações históricas entre os dois territórios, e sobre a importância dos Habsburgos na construção da Europa do presente, sobretudo o efeito que Carlos teve na vida e carreira de Otto.
Refira-se ainda que a organização estima que a exposição agora inaugurada no Palácio Real de Gödöllö será visitada por cerca de 40 mil pessoas ao longo das próximas semanas.