O Conselho
Consultivo de Economia, órgão independente criado pelo secretário regional de
Economia, Rui Barreto, e com direção executiva a cargo da ex-presidente da ACIF
e empresária, Cristina Pedra, iniciou hoje um ciclo de reuniões sectoriais que
decorrem até ao dia 29 de julho, no salão nobre da Assembleia Legislativa da
Madeira.
A iniciativa
promovida pelo CCE, intitulada “Ouvir para Decidir”, conta com um programa
vasto, com vista à recolha de contributos das diversas associações empresariais
regionais, organismos e departamentos governamentais de todos os sectores da
Economia, bem como dos empresários que queiram participar e com isso dar o seu
contributo para o PERAM – Programa de Recuperação da Economia da Região
Autónoma da Madeira.
O secretário
regional de Economia é quem tem a responsabilidade de preparar o PERAM, um
documento que tem como principal objetivo debelar os efeitos negativos que a
pandemia provocou em todos os sectores da economia regional, promovendo uma
progressiva normalização da vida económica e social, e potenciando um novo
modelo de desenvolvimento económico. Este plano, de natureza estratégica,
incluirá intervenções dos diferentes sectores da economia e atores públicos e
privados, procurando envolver as diversas associações empresariais, ordens
profissionais, o poder local, os sindicatos, os partidos e os empresários que,
neste ciclo de reuniões, terão oportunidade dar o seu contributo.
Na sua
intervenção de abertura, o secretário regional de Economia começou por recordar
que uma das evidências que a pandemia que atravessamos tem mostrado é que “não
podemos, em circunstância alguma, ceder ao conformismo, ao imobilismo e às
verdades feitas”.“Nada na economia é um dado adquirido, nada nas nossas
sociedades é um dado adquirido”, sublinhou, “pois bastou um pequeno ser vivo
para fechar fronteiras que eram espaços abertos, parando camiões, aviões e
navios”, e continuou, “para deitar por terra previsões e projeções que eram
confundidas com certezas, para virar modelos e gráficos do avesso, para
baralhar as contas, para semear a confusão em planos que eram certos, para
confundir estilos de vida, para mudar teorias e para criar outras novas. Para
mudar o mundo tal como o conhecíamos ou pelo menos tal como achávamos que o
conhecíamos”.
Citando o
sociólogo António Barreto, o secretário regional, que agora tem o peso da responsabilidade
de recuperar uma economia em recessão, lembrou que as crises são “doenças que
devem ser, em primeiro lugar, tratadas”, comprometendo-se logo de seguida, em
nome do Governo, a dar continuidade ao bom trabalho que vem sendo feito pelo
Executivo regional desde o início da pandemia.
E foi
precisamente para tratar a economia que Rui Barreto iniciou este ciclo de
reuniões cujo “objetivo do Conselho Consultivo de Economia é fazer perguntas e
colectar respostas”, afirmou. “Fazer perguntas a outros agentes políticos, como
os partidos e os nossos autarcas. Fazer perguntas às ordens profissionais, às
associações empresariais, às empresas e aos trabalhadores representados pelos
sindicatos”.
No final da sua
intervenção, Barreto lançou o repto “o caminho que conduzirá ao plano deve ser traçado
em conjunto, não sendo responsabilidade exclusiva do Governo Regional. Deve ser
trilhado por todos os agentes com responsabilidade. Trabalhemos em conjunto
para criar um programa de recuperação da nossa economia”, uma tarefa que se
avizinha “dura e árdua”, garante, mas o Governo, através do Conselho Consultivo
de Economia, está disposto a ouvir e esse é o propósito deste ciclo de reuniões,
ouvir todos.