O diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa reuniu esta semana com os Conselheiros da Diáspora na África do Sul, do Reino Unido, no Brasil e das Caraíbas, através de videoconferência, para acompanhar as comunidades, e inteirar-se de como os madeirenses estão a viver a pandemia nos países de acolhimento. Africa do Sul: Pressão para abertura total da economia José Nascimento, Conselheiro da Diáspora na África do Sul relatou que existe uma grande pressão para a “abertura total da economia” sul-africana. A abertura total da economia é o desejo de toda a população que está a exercer uma grande pressão sobre os políticos sul-africanos. Até porque a quebra do PIB em 51%, não deixa ninguém indiferente. Paralelamente, o nível de infeções e óbitos tem vindo a descer significativamente. “Há muita pressão. E o Presidente da República [da África do Sul], marcou uma declaração, da qual se espera o anúncio da abertura da economia e que baixemos para o nível 1”, reforçou José Nascimento. Isto após um período bastante prolongado de ‘lockdown’ e de confinamento, com elevadas taxas de infeção diárias e de óbitos, com a economia a ficar esgotada, e as pessoas saturadas, explicou. Neste momento com o abrandamento na propagação da covid-19, aquilo que as pessoas desejam é “a reabertura” e “recuperar a economia”. José Nascimento, referiu que desde a semana passada “são permitidas as visitas aos lares de terceira idade com condicionamentos e com o cumprimento das regras sanitárias”. Também foram abertos estabelecimentos de ensino, nomeadamente creches, infantários e pré-escolar. Os restaurantes, por seu turno, estão abertos, mas com muitas limitações.
Nas próximas duas semanas espera-se que haja voos da África do Sul para outros países africanos, anunciou o conselheiro. Quanto aos restantes continentes, ainda não há previsões para a reabertura de rotas regulares, nem mesmo se serão abertas este ano. O conselheiro aproveitou a ocasião para elogiar as medidas tomadas pelo Governo Regional, que permitiram conter a propagação da pandemia na Região. “A Madeira está de parabéns, tem demonstrado grande disciplina e grande controlo”, afirmou.
Brexit volta à agenda mediática em detrimento da pandemia O Brexit voltou à agenda mediática em detrimento da crise pandémica. Um reflexo de como a sociedade está a viver com o evoluir da pandemia. “O Brexit passou a ser o assunto mais forte sob o ponto de vista mediático. Os media deixaram de falar tanto na pandemia e começaram a introduzir outros temas”, constatou o conselheiro da Diáspora no Reino Unido, José da Silva. Segundo o conselheiro “as coisas estão a voltar ao normal no Reino Unido, e o povo inglês já está cansado com a questão do covid-19”. Aquilo que as pessoas querem é voltar à normalidade possível, tendo em conta a crise sanitária. A comunidade madeirense está bem, garantiu José da Silva. “Não tem havido despedimentos em massa, todos têm rendimentos porque a segurança social funciona bem aqui. Não há ninguém desamparado.
Brasil: “A Madeira é um exemplo para todos nós” “A Madeira acaba por ser um exemplo para todos nós”, elogiou Maria Sardinha, Conselheira da Diáspora no Brasil, com Rui Abreu a lembrar que “o sucesso da nossa política depende da responsabilidade individual de cada um” Em terras de Vera Cruz, a realidade é um pouco diferente “A aplicação de medidas de combate à pandemia, nomeadamente o distanciamento social e o uso de máscara de proteção individual, varia de Estado para Estado e às vezes de município para município.” Da mesma forma os números de infeções são muito dispares. Falando sobre as eleições municipais que decorrem a 15 de novembro, com um segundo turno marcado para 29 de novembro, Maria Sardinha entende que “em época de campanha eleitoral, os números apresentados por município não são os reais”.
Caraíbas: Aulas virtuais de português para lusodescendentes Com a entrada de Trinidade e Tobago numa segunda fase de lockdown, a comunidade lusodescendente tem trocado impressões via internet. E uma coisa é certa: “a nossa comunidade madeirense quer ter aulas virtuais de português, não só a residente em Trinidade e Tobago, como a residente em vários países do Caribe”, anunciou Jo-Anne, conselheira da Diáspora nas Caraíbas. Neste sentido a conselheira já entrou em contacto com a Universidade da Madeira e pediu à Direção Regional das Comunidades e Cooperação Externa apoio nesta iniciativa. Jo-Anne falou um pouco acerca da situação atual que se vive naquele país. “Trinidade e Tobago entrou numa segunda fase de lockdown total. A economia está parada e só funcionam os serviços essenciais.” A representante da comunidade caribenha lembrou que no início da pandemia, “Trinidade e Tobago era quase um modelo, com poucos casos positivos e um número ainda mais reduzido de óbitos”. Com a abertura das fronteiras os casos aumentaram. “Saímos de uma situação razoável e entrámos em lockdown”, lamentou, dizendo que “os bons resultados iniciais levaram as pessoas a pensar que não havia covid-19 e não tomaram precauções.” Concluiu, assim, que o distanciamento social e a utilização da máscara de proteção individual, “medidas exemplarmente implementadas na Madeira”, são essenciais para travar a covid-19.