O Secretário Regional de Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, inaugurou esta sexta-feira a exposição “A Memória dos Natais: Dois museus uma exposição”, que vai estar patente no ‘Museu Quinta das Cruzes’ até ao dia 31 de janeiro de 2021.
A exposição convoca a passagem do tempo, as tradições de Natal e o sentimento da sua vivência ao longo dos séculos e transporta nas asas do tempo a variedade estilística e iconográfica que marcou a representação desta temática ao longo da História.
As obras selecionadas para esta Memória dos Natais carregam, em si, direta e indiretamente, a simbologia da vivência natalícia, a Festa, no arquipélago da Madeira, desde tempos antigos.
Neste projeto conjunto do ‘Museu Quinta das Cruzes’ e do ‘MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira’ são colocados em diálogo, partilha, aproximação e confronto uma obra contemporânea, de Daniel Vasconcelos Melim, «(Lapinha) nascer e morrer todos os dias» (2016) e um retábulo datado da primeira metade do século XV, atribuído ao «Mestre do Retábulo de Rieden».
Entram no jogo expositivo outras peças, de pequeno formato, executadas em barro, policromado e dourado, do século XVIII e de inícios no «Retábulo da Paixão», altar-mor da lgreja de Sainte Catherine.
Enriquecem esta exposição várias peças, de pequeno formato, que, tradicionalmente, foram integrando «Presépio», em Portugal, que assumiu papel preponderante na arte portuguesa, embora continuando a sua feitura por mãos de hábeis artesãos, entraram muitas encomendas nas oficinas de grandes artistas, veja-se, por exemplo, o caso do escultor Joaquim Machado de Castro.
Especialmente a partir do século XVIII proliferaram as figuras de cariz popular, como pastores e pastoras, animais domésticos, cenas comuns do quotidiano centradas, muitas vezes, em profissões, mas também episódios bíblicos, do Novo Testamento, uns alusivos ao «Nascimento», como a «Adoração dos Pastores» e «Adoração dos Reis Magos», e outros episódios respeitantes ao ciclo da vida de Maria e de Cristo, como os «Esponsais da Virgem»,
a «Circuncisão», a «Apresentação de Jesus no Templo», o «Batismo de Jesus no rio
Jordão». Registe-se neste conjunto, tão diversificado, a presença da gramática rocaille,
anotando as influências do iluminismo, valorizando as carnalidades e jogos sedutores
das personagens, e outras figuras mais próximas de um realismo social, muito populares,
beneficiadas por um tratamento expressivo bem marcado nos rostos, corpos, gestos e paneamentos, entrando, de certa forma, num jogo teatral jocoso.