O Projeto arrancou em 2013 com o objetivo de recuperar as espécies e habitats terrestres dos sítios da Rede Natura 2000 na Ponta de São Lourenço e nas Ilhas Desertas. Com um financiamento de mais de 1,3 milhões de euros, co-financiado a 50% pelo Programa LIFE+, e coordenado pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, em parceria com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, o projeto tem desenvolvido diversas iniciativas, como o controlo de espécies invasoras (ratos, murganhos e o alpista-da-água) que limitavam o desenvolvimento da vegetação endémica, ou a implementação de linhas de monitorização de espécies ameaçadas como o Pintainho, os caracóis endémicos e a raríssima Beta patula, planta exclusiva do Ilhéu do Desembarcadouro e Ilhéu Chão.
Já na Ponta de São Lourenço, foi eliminada a linha elétrica aérea, responsável pela morte de aves marinhas, e foram delimitados trilhos de modo a evitar o pisoteio da vegetação. De acordo com a secretária regional, numa altura em que ameaças como as Alterações Climáticas e as espécies invasoras podem colocar em risco o património natural, “o Governo Regional tudo tem feito para a conservação da natureza que nos distingue e nos caracteriza”.
É disso exemplo o aumento da Rede Natura 2000 em mais de 2.100 hectares através da criação de 8 novos Sítios de Importância Comunitária e da ampliação de quatro existentes, a criação do Sítio Cetáceos da Madeira, uma área marinha protegida com 680.000ha que passou recentemente a integrar a Rede Natura 2000 ou a criação das Áreas Protegidas do Cabo Girão e da Ponta do Pargo englobando, cada uma, um monumento natural, uma paisagem protegida e um parque natural marinho.
Durante o evento, o vigilante da natureza, Isamberto Silva, foi homenageado pela Sociedade Portuguesa de Entomologia e Sociedade Portuguesa de Malacologia, pelo seu extraordinário contributo para o conhecimento e conservação da natureza na Região Autónoma da Madeira.