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Miguel Albuquerque enaltece obra de Alfredo Miguéis e diz ser preciso divulgar os artistas naturalistas “esquecidos”

O presidente do Governo Regional defendeu hoje a importância de se divulgar e acabar com a estigmatização de vários artistas portugueses, só por estarem ligados a um período da história (o do Estado Novo), lamentando ainda a forma como a cultura está a ser ultrapassada pela cretinice do instantâneo. 22-12-2023 Presidência
Miguel Albuquerque enaltece obra de Alfredo Miguéis e diz ser preciso divulgar os artistas naturalistas “esquecidos”

Miguel Albuquerque falava na Casa-Museu Frederico de Freitas, onde decorreu, na manhã deste dia 22 de dezembro, o lançamento da obra literária ‘Os Bancos da Avenida do Mar. Azulejos de Boa Memória’.

O livro “Os Bancos da Avenida do Mar. Azulejos de boa memória” é o resultado do desafio lançado à Casa-Museu Frederico de Freitas pela equipa do Museu de Arte Sacra do Funchal para colaborar na investigação e estudo que deveriam fundamentar a exposição “D’Uma estampa antiga. Desenhos de Alfredo Miguéis para a Avenida do Mar”, inaugurada no MASF a 29 de junho de 2021.

Na mesma ocasião, visitou mais uma edição da exposição temporária “O Natal na Casa da Calçada”. A iniciativa, que se repete há mais de 10 anos, tem por objetivo mostrar a coleção de presépios do Museu e está patente, neste espaço, desde 12 de dezembro último.

Miguel Albuquerque fez questão de saudar a diretora do espaço e também uma das coautoras «deste magnífico livro», Ana Margarida Araújo Camacho, a par de Luísa Catarina Freitas Andrade, Margarida Freitas e Martinho Mendes. «Parabéns a si e aos autores por este livro, porque o Alfredo Miguéis é um dos artistas esquecidos, pouco se fala dele e da sua obra, até porque grande parte do seu espólio perdeu-se num incêndio que decorreu no seu ateliê».

«Ele, como a grande parte dos artistas portugueses estão esquecidos, também porque, infelizmente, o acesso à cultura está ultrapassado pelo acesso à cretinice, ao instantâneo. Alfredo Miguéis, como outros artistas, como os irmãos Franco, estão estigmatizados porque estavam ligados a um determinado período da nossa História, por terem sido contratados, como acontece em todo o mundo, pelo Estado para execução de obras públicas», lamentou.

A este propósito, lembrou o abandono a que esteve votado, durante décadas, o Museu Soares dos Reis, que é detentor de um espólio enorme e de grande qualidade de obras de artistas naturalistas portugueses. «Basta lá ir para ver a forma como o Estado português liga à Cultura. O Museu esteve abandonado e ninguém queria saber dos artistas naturalistas portugueses», criticou.

«Ainda hoje, as obras dos naturalistas portugueses são das mais baratas que circulam no mercado. São artistas, devido ao estigma que lhes colaram de ligação ao Estado Novo, são pouco conhecidos, pouco estudados e pouco divulgados. Esta obra vem colocar no devido lugar aquele que era um artista madeirense, muito importante e de grande categoria», reforçou.

Miguel Albuquerque enalteceu também o facto de aquela ser uma obra que representa uma colaboração ativa entre duas instituições museológicas.

«Acho que é a demonstração de que não estamos a trabalhar nas chamadas capelinhas, em que cada um tem a chave daquilo que não é preciso dizer. Numa terra tão pequena como a nossa temos de ter essa capacidade de cooperação e de trabalhar para a divulgação da nossa cultura e do nosso património», defendeu.

A finalizar, assumiu gostar de visitar todos os anos o Museu Frederico de Freitas.


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