Neste sentido, diz que os deputados do PSD da Madeira vão votar contra, salvo conversa de última hora que garantisse a reposição de justiça para com a Região e o cumprimento do princípio de coesão económica e social e, ainda, de um quadro que expurgasse este OE de medidas que prometem levar o País à ruína.
O presidente do Governo Regional falava, nesta manhã de quarta-feira, aos jornalistas, à margem de uma visita à empresa KW Imobiliária, sedeada no Funchal. Oportunidade para reforçar que «a Madeira tem uma realidade específica», e que a sua obrigação, enquanto eleito para presidente da Madeira, «é defender, contra tudo e todos, sempre em primeiro lugar os interesses da Madeira e da sua população». «Isso é a minha obrigação e aí estou, como sempre tive, na primeira linha dessa defesa», sustenta.
No entanto, diz ser preciso «olhar também para a situação constrangedora do País, que decorre precisamente da irresponsabilidade dos partidos de Extrema Esquerda, que nunca mais deverão fazer parte do arco de governação».
«O que a Madeira precisa teria de estar no OE. Como não está….», resume o porquê do voto contra.
Miguel Albuquerque lamenta que «os derrotados das Autárquicas, que são o BE e o PCP, estejam a chantagear o País e a quererem levar o País à ruína., apresentando medidas que são incomportáveis no atual quadro legislativo e face à crise que está no horizonte».
O governante madeirense enfatizou ainda que «o senhor Presidente da República, para esta legislatura, não exigiu um pacto escrito, como o professor Aníbal Cavaco Silva fez, para manter um mínimo de estabilidade política, para garantir a governabilidade e para evitar uma crise política que não é, neste momento, boa para o País».
«O que eu disse e continuo a dizer é que, no atual quadro legislativo, este Orçamento de Estado, tal e qual está configurado, para além de cobrar um valor de mais de 77 mil milhões de euros em impostos, tem um conjunto de premissas que vão levar o País para a ruína e para um novo resgate», acrescentou.
Mas, lembra que também vem sempre dizendo «estar sempre disponível para trabalhar e colaborar para o bem do País, levando em linha de conta aqueles que são os direitos primaciais e fundamentais da Madeira»
«O Governo da Madeira é um governo responsável, que leva sempre em conta os interesses primaciais do País e sobretudo os da Madeira», sublinha. E, questionado sobre o que levaria o Governo Regional a alterar posição, acentua que «há um conjunto de realidades que têm de ser consubstanciadas no Orçamento tendo em vista um princípio fundamental, que é o da Coesão Económica e Social dentro de todo o território nacional».
O líder madeirense diz que ninguém falou consigo, nem sequer o Presidente da República sobre o assunto. «Estou sempre disponível para conversar seja com quem for…. Em qualquer momento!», lembrou.
Face a este cenário, anunciou que ó voto dos deputados do PSD da Madeira «é aquele que foi anunciado, que é contra o OE», a não ser que «haja uma mudança súbita a bem do País e da Madeira».
«Estamos perante uma realidade de crise política, estagnação económica e possivelmente de um novo resgate financeiro…. O que acontece é que nós ficámos nas mãos dos partidos da Extrema Esquerda. E, como toda a gente sabe, os países governados por estes partidos estão sempre na ruína», enalteceu.
Mas, frisa, «a atual crise nada tem a ver com a Madeira». «Nós temos um governo estável!».
Por tudo isto, defende que «se é para se chegar a esta situação, se é para levar o País para uma situação insustentável, é melhor haver uma clarificação política e dar a voz ao povo», ou seja, ir para eleições.
Miguel Albuquerque diz ainda que o Orçamento da RAM será feito. E, quanto à realidade nacional, perfilha que «é melhor termos um Orçamento em duodécimos do que ter um Orçamento de ruína que leve a um novo resgate económico».
«Nós estamos perante uma crise energética, uma crise de materiais na Europa e com uma pressão inflacionista muito grande, que pode levar à subida da taxa de juros. Com a dívida pública que o País tem, isso colocaria o País numa situação muito difícil…», acrescentou.
Para Miguel Albuquerque, nas atuais circunstâncias é bom que o Governo caia. «Não há nenhum drama nisso», concluiu.