Após a visita à nova Lota do Funchal, inserida no âmbito da Cimeira Madeira-Açores, o Secretário Regional do Mar e Pescas, Teófilo Cunha que esteve acompanhado com o seu homólogo açoriano, fez saber que neste momento o mais importante para os dois arquipélagos é não haver redução ao nível das quotas de algumas espécies.
Questionado sobre a hipótese de haver um possível aumento, Teófilo Cunha foi muito cauteloso afirmando que há regras apertadas que estão relacionadas com histórico de stocks e entidades internacionais que verificam esses mesmos stocks.
Outra preocupação partilhada pelos secretários regionais prende-se com as negociações ao nível da União Europeia. No entender do governante madeirense, seria importante a presença das regiões insulares no momento das negociações. Para Teófilo Cunha é necessário, além da representação do Estado Membro, a presença das regiões autónomas no sentido de terem uma informação mais correta. “Em determinada altura do ano somamos as nossas capturas com os Açores e dá 80% do peixe capturado e depois vem de Lisboa um mail a dizer que dá 90%”. Isso não pode acontecer” reiterou.
Por agora há o compromisso entre as duas regiões insulares no sentido de haver um report de forma contínua para saber o total de capturas dos dois arquipélagos.
“Quando falarmos com Lisboa saberemos de forma exacta o que pode faltar por capturar” disse Teófilo Cunha alertando igualmente para os cuidados que com a sobrepesca e as suas consequências no futuro no que diz respeito à redução de quotas.
Declarações proferidas no âmbito da visita dos membros dos Governos da Madeira e dos Açores à Lota do Funchal, nova infraestrutura inaugurada em abril de 2021, e cuja obra assegurou um salto qualitativo para o setor das pescas e indústrias conexas na Região Autónoma da Madeira, não só pelos meios técnicos, valências e capacidades instaladas, outrora inexistentes, – o que potenciou novas oportunidades de negócio e de mercados, e a criação de valor acrescentado –, como também pelas ótimas condições de trabalho para os seus funcionários e de operacionalidade para os profissionais da pesca – armadores e pescadores – e para os compradores.