Cumprimento os nossos oradores:
Prof. César Andrade, Prof. Rui Taborda, Prof. Joaquim Barbosa, Doutor Rui Caldeira e Eng. João Batista, a quem agradeço terem aceitado partilhar connosco o seu conhecimento;
Cumprimento o Dr. Ricardo Oliveira e agradeço a disponibilidade para moderar a mesa redonda;
Cumprimento as Senhoras os Senhores presentes e agradeço a vossa presença.
Com uma extensão de cerca de 9km, a Praia do Porto Santo constitui um dos ex-libris do nosso arquipélago, sendo um incontornável atrativo turístico, relevante para a economia da Região.
Além do inegável valor paisagístico, terapêutico e ecológico, esta praia de areia, maioritariamente, carbonatada com origem em restos de organismos marinhos é considerada a melhor praia de dunas do país.
É neste contexto, que se pretende debater com reconhecidos especialistas na matéria, a sua dinâmica natural, bem como as pressões naturais e antrópicas que enfrenta.
Compreender a dinâmica de uma praia obriga a ter uma noção da escala de tempo geológico que governa a sua variabilidade natural. Se é verdade que existe sazonalidade, visível nos eventos que removem grande parte do areal, expondo temporariamente o substrato rochoso e calhaus, seguidos de eventos que repõem a areia, também é verdade que existem variações que podem durar séculos e que não são percetíveis à escala temporal humana.
Além destes fatores naturais, acrescem os efeitos do Homem no sistema, nomeadamente através das alterações climáticas e suas consequências, de que é exemplo a subida do nível do mar, assim como pela construção de infraestruturas que prejudicam o aporte de sedimentos que abastece a praia.
É através do conhecimento desta complexa dinâmica e interação, entre fatores naturais e antrópicos, que poderemos tomar decisões fundamentadas sobre o ordenamento e gestão sustentável da Praia do Porto Santo.
Nesse sentido, demos início, em Maio deste ano, ao estudo da sua dinâmica sedimentar, no âmbito do qual será definido um programa de monitorização da costa sul do Porto Santo. Este estudo permitirá, entre outros, cartografar as zonas ameaçadas pelo mar e definir faixas de salvaguarda do litoral, informação que integrará o Programa para a Orla Costeira do Porto Santo, cuja elaboração foi determinada ontem em Conselho de Governo, cumprindo um compromisso assumido por este executivo.
Mais do que cumprir legislação, o POC constitui um instrumento fundamental para o desenvolvimento sustentável da Ilha Dourada, ao mesmo tempo que pretende salvaguardar e valorizar o património natural associada a esta faixa sensível de território.
Esta e outras iniciativas de âmbito territorial, como o Plano de Situação do Ordenamento do Espaço Marítimo, atualmente em elaboração e o lançamento para breve do processo de revisão do Plano de Ordenamento do Território da Madeira – POTRAM, vêm demonstrar o grande relevância dada pelo Governo Regional à importância da gestão territorial sustentável do nosso arquipélago.
Desejo que este seminário seja elucidativo e contribua para o saudável debate de opiniões e para a partilha e aquisição de conhecimento científico nesta matéria.
Muito obrigada.