A Região mantém a trajetória de redução das emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) iniciada em 2005, apesar do desenvolvimento económico e social verificado desde então. Esta realidade evidencia que é possível assegurar o desenvolvimento das sociedades, sem que, para isso, seja necessário aumentar as emissões de GEE.
Em 2020, com os confinamentos severos instalados devido à pandemia da Covid-19, foi registada uma redução das emissões mais acentuada do que já se detetava nos anos anteriores, sendo atingido o valor mais baixos desde 1998.
De referir que os valores registados provêm do Inventário Regional de Emissões por Fontes e Remoção por Sumidouros de Poluentes Atmosféricos (IRERPA), que permite obter dados fidedignos sobre as emissões de GEE na Região e contribuir para o conhecimento do balanço anual regional entre as emissões e remoções de GEE.
O inventário regional é elaborado anualmente pela Direção Regional do Ambiente e Alterações Climáticas (DRAAC) seguindo as metodologias oficiais definidas pelo IPCC — Intergovernmental Panel on Climate Change, mecanismo das Nações Unidas responsável por reunir informações científicas sobre as alterações climáticas, e adotadas pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, por forma a garantir coerência e comparabilidade com os resultados obtidos noutras regiões do mundo. Para este exercício definiram-se cinco sectores: (1) Energia, (2) Processos Industriais e Uso de Produtos, (3) Agricultura, (4) Uso de Solo, Alterações de Uso de Solo e Florestas e (5) Resíduos.
Neste sentido, disponibiliza-se a versão mais recente do inventário regional, o IRERPA 2022, que quantifica a emissão de GEE na RAM durante o período de 1990 a 2020.
Comparativamente a 2019, em 2020 verifica-se uma redução das emissões de GEE de cerca de 10,7%, em grande parte provocada pelos impactos da pandemia da Covid-19, designadamente no abrandamento de atividade económica. O sector da energia foi onde se verificou a maior redução de emissões em 2020, com uma diminuição de cerca de 16%, devida à redução do consumo de combustíveis fósseis nos transportes rodoviários, aeronáuticos e náuticos, induzida por períodos de confinamento, pela adoção do teletrabalho em diversos sectores e pela elevada redução na atividade turística. Noutros sectores também se verificam reduções nas emissões de GEE, nomeadamente nos resíduos (redução de 7,9%).
A Região continua a registar um bom desempenho nas medidas de mitigação das emissões de GEE, permitindo olhar com otimismo às metas estabelecidas e validando a política de combate às alterações Climáticas.