O Governo Regional inicia, durante este mês, as sondagens dos taludes da ER 223, entre o Estreito da Calheta e o Jardim do Mar, que se vão prolongar por quatro meses, ou seja até finais de setembro. O contrato para a empreitada, orçada em 115 mil euros, foi adjudicado esta quinta-feira pelo secretário regional dos Equipamentos e Infraestruturas, Amílcar Gonçalves.
Está assim dado um importante passo para a execução de uma obra que pretende prevenir e mitigar o risco de derrocadas nas escarpas sobranceiras à referida estrada, sobretudo em duas zonas consideradas de maior perigo e onde vêm acontecendo desabamentos de terras.
Esta prospeção geotécnica, a ser realizada pela “Tecnasol FGE”, uma empresa do Continente especializada em sondagens, irá permitir, conforme explica Amílcar Gonçalves, avaliar os taludes e os solos da zona a intervencionar e fazer a caraterização geológica dos terrenos a atravessar. O objetivo é, anuncia, lançar o concurso público para a empreitada até final do ano, de modo a que «a obra vá para o terreno em 2019, muito provavelmente no primeiro semestre». O custo dos trabalhos deverá ascender a 21,3 milhões de euros.
Lembre-se que em causa está uma solução que vá resolver, de uma vez por todas, o problema da instabilidade naqueles maciços.
A obra será dividida em três fases, consoante as alturas das escarpas e das condições geológicas locais.
Desta forma, nas zonas mais baixas e de acesso mais fácil, a solução passará pela estabilização das encostas sobranceiras.
Depois, nas zonas mais escarpadas e de maior altura, em que o acesso é extremamente difícil ou mesmo impossível, serão construídas estruturas de proteção à via. A opção deverá passar pela execução de dois falsos túneis, em que será assegurada a fruição da paisagem para sul. Numa das escarpas será mesmo essa a solução a adotar, enquanto que noutra zona a solução final (que poderá passar também por um circuito alternativo) está precisamente dependente da avaliação geotécnica a realizar.
Amílcar Gonçalves mostra-se satisfeito pelo início dos trabalhos, sublinhando que aquela zona é, de facto, muito sujeita a derrocadas, colocando em causa a segurança das pessoas que por ali passam.
Neste sentido, «este Governo elegeu como prioritária a resolução daquele problema». Só que a instabilidade das escarpas obriga a aturados estudos, que foram feitos. E que passam agora por uma fase de sondagens. Tudo isto, explica, «demora o seu tempo, mas é essencial para que a solução a apresentar garanta, de uma vez por todas, a segurança das pessoas que por ali circulam».
Amílcar Gonçalves lembra que o Governo Regional tem gasto somas avultadas na consolidação de taludes, um pouco por toda a ilha. Por exemplo, só numa das empreitadas está previsto gastar (para a estabilização de nove taludes, nos concelhos de Machico, Câmara de Lobos, Ribeira Brava e Santana) 23 milhões de euros. Sem contabilizar a consolidação da escarpa marginal da Calheta ou as várias obras já realizadas e em curso, que ultrapassam, em conjunto, os 20 milhões de euros.