A média na Região foi de 21,65% do 1.º trimestre de 2022, bem acima dos 15% de mediana dos aeroportos europeus, reportados na recente “Aviation Summit”.
No total, nos primeiros três meses do ano, registaram-se nos dois aeroportos insulares 559 frequências operadas por aviões mais eficazes, sendo 546 na Madeira e 13 no Porto Santo.
Não obstante, o relatório da referida conferência refere que a taxa de introdução dos Airbus 320 e 321 NEO e dos Boeing 737 MAX, bem como de outros aviões de longo curso da nova geração (Airbus 350, Boeing 787 e 777X) será mais lenta do que anteriormente previsto, na medida em que as companhias aéreas, no atual contexto de recuperação, estão a recorrer à utilização de aeronaves com mais anos de serviço, com custo de capital nulo, já amortizado há largo tempo, como forma de dar resposta ao aumento de tráfego previsto para o Verão IATA.
Ainda assim, a Madeira, com um aeroporto mais afastado do centro da Europa, com tempos de voo de 3h30 a 4h30, beneficia do facto de muitas companhias preferirem alocar para este destino estas frotas mais eficientes, visto compensar mais, em termos de consumo de combustível, a sua utilização numa rota longa, por comparação com rotas mais curtas.
Neste capítulo, temos os exemplos práticos da ‘Lufthansa’, com 16,92% da frota com aviões NEO, e da ‘British Airways, com 11,74% da frota com aparelhos NEO. Desde 2021 que as duas transportadoras operam para o Aeroporto da Madeira quase em exclusivo com Airbus A321neo e A320neo, respetivamente.
Na sua essência, são aparelhos que consomem menos 20 a 25% de combustível (em média) do que as aeronaves da geração anterior e que ainda predominam na Madeira.
Recentemente, no dia 2 de abril, a ‘SWISS’ começou também a operar para a Madeira com aviões da nova geração, o Airbus A220-300, que apresenta consumos de combustível e emissões muito inferiores às da família A320 da anterior geração, tendo marcado a estreia deste modelo no Aeroporto da Madeira.
Eficiência energética
na ordem do dia
O tema da eficiência energética está cada vez mais na ordem do dia em todo o mundo sendo que, de acordo com a Air Transport Action Group, o setor da aviação é responsável por 2% da emissão de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera. Daí que a sustentabilidade ambiental seja umas das principais bandeiras, passando não apenas pela operação de frotas mais eficientes, como, a médio prazo, pela utilização de combustíveis alternativos, como sejam os SAF – Sustainable Aviation Fuel.
Neste âmbito, a Comissão Europeia colocou o tema ambiental no setor da aviação em cima da mesa, aprovando, no final de 2020, a “Estratégia de mobilidade sustentável e inteligente - Colocando os transportes europeus no caminho do futuro”.
A Madeira há muito que concretiza políticas de sustentabilidade ambiental, sendo que em 2021 a Secretaria Regional de Turismo e Cultura iniciou o processo de certificação de sustentabilidade do destino (Madeira e Porto Santo), pelo que a aposta das companhias em aviões cada vez mais amigos do ambiente vem reforçar o trabalho do Governo Regional.
O Secretário Regional de Turismo e Cultura considera que a aposta das companhias em aviões mais novos e de uma geração mais avançada em termos de eficiência energética “tem o condão de ser vantajoso para elas próprias do ponto de vista comercial, pela redução nos consumos e nos custos nas suas operações”. Além disso, “contribuem para atenuar as preocupações crescentes em todo o mundo com o aquecimento global, apostando em alternativas que a ciência encontra para fazer o mesmo de uma forma eficazmente mais limpa”.
No que se refere à certificação do destino, Eduardo Jesus realça que reforça uma lógica de sustentabilidade, “elevando a Madeira para um importante patamar que lhe proporcionará uma oportunidade adicional relevante de notoriedade e visibilidade”.
O governante complementa que os viajantes estão a valorizar, de uma forma crescente, os destinos que promovem práticas de sustentabilidade, traduzindo esse desígnio na escolha das suas férias. Desta forma, “todos ganhamos, com a nossa oferta mais competitiva, através do desenvolvimento económico, social e ambiental, e ao garantirmos que os recursos naturais e culturais são preservados para as próximas gerações”, conclui.