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Património Regional promovido a nível nacional

" Esta é a altura ideal para promovermos o nosso Património" 18-04-2020 Turismo e Cultura
Património Regional promovido a nível nacional

"Em tempo de partilha e com o Património a evidenciar-se como factor de união e  identidade, a comemoração do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, torna-se na altura ideal para promovermos , ainda mais,  o nosso Património", salientou hoje, o Secretário Regional de Turismo e Cultura. " Com o confinamento e o isolamento social em que nos encontramos, o  tema "Património Partilhado - Culturas Partilhadas, Património Partilhado, Responsabilidade Partilhada" nunca pareceu tão pertinente (ainda que a comemoração seja feita digitalmente). Este é, sem dúvida, um tempo de partilha e imaginação através da Cultura, com o Património a evidenciar-se enquanto factor de união e identidade".

Assim,  para este sábado, dia 18 de abril,  a Direção Geral do Património Cultural (DGPC) em colaboração com a ICOMOS Portugal, lançou o repto para que de forma virtual, as entidades participassem com a inserção de iniciativas online e que serão disponibilizadas em todo o país a partir do dia, 18 de abril através do site

 http://w3.patrimoniocultural.pt/dims2020/digital/

O Governo Regional, através da Secretaria Regional de Turismo e Cultura,  associa-se uma vez mais a estas comemorações, com o lançamento, a nível nacional, de um vídeo da intervenção de conservação e restauro dos tetos Mudéjares da Sé do Funchal, e ainda com a divulgação do folheto da Exposição “Futuro do Passado – Reabilitação e restauro do Convento de Santa Clara no Funchal – Monumento Visitável, fruto da exposição patente na Sala de Exposições da Casa-Museu Frederico de Freitas, em 2019.

Estas duas iniciativas darão a oportunidade de dar a conhecer, a nível nacional, as intervenções que decorrem nestes dois Monumentos Nacionais da Região Autónoma da Madeira.

 

Conservação e restauro dos tetos mudéjares Sé do Funchal

Recorde-se que a Sé do Funchal, construída entre 1493 e 1517, foi elevada a Catedral pelo 

Papa Leão X em 1514, na altura, a maior diocese do mundo, pois incluía todos os territórios descobertos pelos portugueses. O imóvel encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910.

Uma das principais caraterísticas construtivas e decorativas desta igreja reside nos tetos da nave central, naves laterais e transeptos, em estilo mudéjar, únicos em Portugal, com estas dimensões e características. Os tetos de alfarge ou mudéjares (de tradição artística islâmica), em madeira de cedro da ilha, encontram-se decorados com pinturas em tons de vermelho, azul, branco, preto e dourado, predominando as composições vegetalistas, as albarradas ou ânforas e os grutescos. Nos frisos, além dos motivos anteriores, sobressaem os grifos, o escudo, a cruz de Cristo e esferas armilares, estes dois últimos símbolos da heráldica de D. Manuel I. De perfil retangular (naves) e oitavado (transepto), os tetos são lavrados com entrelaçados geométricos, com origem nas estrelas de 8 pontas desenhadas na esteira (parte plana do teto), rosetas, estalactites e pingentes e emoldurados por um friso de madeira ao longo do remate superior da parede.

As patologias que mais afetam os tetos são as mudanças de cor visível, devido a sujidades acumuladas e aplicações de camadas de vernizes e óleos sobre as superfícies e a gordura e fumos de ceras das velas queimadas ao longo de anos. A entrada de água pelas coberturas e a humidade acumulada também causaram problemas graves, sobretudo nos madeiramentos do suporte.

Em novembro de 2019 iniciaram-se os serviços de conservação e restauro dos tetos da Sé do Funchal, adjudicados à empresa Atelier Samthiago, Conservação e Restauro, através de concurso público com publicação no Jornal Oficial da União Europeia, pelo valor de 599.727,30€, + IVA, com uma duração de 16 meses (conclusão em 2021).

Os serviços em curso contemplam a consolidação das madeiras do suporte, a consolidação e fixação da policromia e douramento, a limpeza da superfície policroma e douramento, o preenchimento e nivelamento de lacunas da camada cromática, a integração cromática, a aplicação de camada de proteção final e a reparação do reboco e pintura das paredes interiores da igreja.

Na intervenção de conservação e restauro estão a ser adotados conceitos de intervenção mínima, respeito integral pelos materiais originais e utilização de materiais compatíveis com os que compõem o original.

Até o momento, já se iniciaram os trabalhos nos tetos do transepto norte e da nave lateral norte da igreja, mas devido às medidas de contenção do Covid – 19, os serviços foram interrompidos a 31/03/2020.

Brevemente, e à semelhança do que já aconteceu, serão convidados diversos técnicos especialistas nacionais e estrangeiros a visitarem os trabalhos em curso, bem como a realização de visitas guiadas.

A Equipa de Acompanhamento Técnico da Intervenção é constituída pelos técnicos da Direção Regional da Cultura (DRC), Francisco António Clode de Sousa, Joana Veiga França e Filipa Abrantes e pelas técnicas do Laboratório José de Figueiredo, Elsa Murta e Mercês Lorena, da Direção Geral do Património Cultural (DGPC). Conta ainda com o apoio do Eng. António Nunes, na coordenação de segurança, da Secretaria Regional de Equipamentos e Infraestruturas.

A intervenção está a ser alvo de um registo sistemático em fotografia e vídeo, pela equipa constituída por Ricardo Faria Paulino e Nuno Rodrigues. A música é da autoria de Pedro Macedo Camacho.

Os trabalhos estão a ser acompanhados pela paróquia da Sé do Funchal, através do Cónego Victor Gomes e do Padre Ignácio Rodrigues.

A intervenção integra uma candidatura a fundos comunitários através do projeto M1420-05-2114-FEDER-000023 - Conservação e Restauro dos Tetos Mudéjares da Sé do Funchal, aprovada pelo Instituto de Desenvolvimento Regional, IP-RAM, a 2019/05/10

Reabilitação e Restauro do Convento de Santa Clara no Funchal

O Convento de Santa Clara constitui um dos mais importantes testemunhos do património cultural e histórico da Região, estando classificado como Monumento Nacional desde 1940. Construído no período manuelino (séc. XV), é um imóvel gótico tardio que, apesar das profundas transformações artísticas e arquitetónicas ocorridas nos sécs. XVII e XVIII, em plena época barroca, conserva ainda testemunhos da sua traça primitiva.

Nos anos 40 e 50 do século XX decorreram obras por parte da antiga Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. Uma parte substancial da intervenção tinha, como princípio, a desornamentação  e o regresso a um purismo de fundo manuelino, com a remoção de tudo o que dificultasse a sua leitura ou a sua identidade inicial.

O diagnóstico do estado de conservação dos edifícios e do património móvel e móvel integrado foi realizado em várias fases, ocorridas entre a década de 80 do século XX e os anos 10 do século XXI.

Em 2016 o projeto foi retomado pela DRC com o objetivo de dar prioridade à criação de um circuito de visita e de interpretação monumental, com a conservação e restauro dos edifícios e do seu património artístico, assim como a criação de um espaço de exposição permanente.

O projeto de reabilitação e restauro consiste na recuperação generalizada dos edifícios e espaços que a constituem que correspondem às áreas visitáveis (igreja, coros e antecâmaras, futuras salas de exposição, capelas, futura área de reserva, claustro, portaria), na conservação e restauro do espólio artístico do convento (talha, escultura, pintura e azulejaria) e na dinamização e divulgação do monumento através da publicação de um guia bilingue ligado à sua história.

Em agosto de 2019 iniciou-se a obra correspondente à “Beneficiação global das áreas visitáveis da Igreja e do Convento de Santa Clara”, objeto de um concurso público de empreitada de obras públicas lançado em dezembro de 2018, que foi, entretanto, adjudicada à empresa Tecnovia-Madeira, Sociedade de Empreitadas S.A. pelo valor de €1.147.800,00, +IVA (5%), com uma duração de 16 meses (conclusão em 2020). Neste momento, os trabalhos estão temporariamente suspensos, na sequência das medidas de contenção decorrentes da pandemia do Covid – 19, nomeadamente desde o dia 31/03/2020.

Em junho de 2019, foi lançado o concurso público internacional por lotes referente à aquisição de bens e serviços de conservação e restauro do património móvel e móvel integrado do Convento (lote 1 – azulejaria; lote 2- talha, escultura, pintura), que contou com a parceria da DGPC através do Laboratório José de Figueiredo e do Museu Nacional do Azulejo, nas áreas de intervenção em questão, nomeadamente para a elaboração dos respetivos cadernos de encargos.

O lote 2 (talha, escultura e pintura) foi adjudicado no final de dezembro de 2019 à empresa IN SITU, Conservação de Bens Culturais, Lda. pelo valor de €549.842,89 +IVA (22%), prevendo-se para breve a celebração de contrato escrito e, posteriormente, o início da intervenção.

O lote 1 (azulejaria) foi concluído sem que houvesse lugar a qualquer adjudicação por exclusão das propostas, pelo que será lançado novo procedimento, assim que possível.

A Equipa de Acompanhamento Técnico e Fiscalização da empreitada de obras públicas e da intervenção de conservação e restauro de talha, escultura e pintura é constituída pelos técnicos da Direção Regional da Cultura (DRC), Francisco António Clode de Sousa, Joana Abreu, Teresa Ferreira, Pedro Camacho, Cora Teixeira e pelas técnicas do Laboratório José de Figueiredo, Elsa Murta e Mercês Lorena, da Direção Geral do Património Cultural (DGPC). No âmbito da intervenção de conservação e restauro de azulejaria, a equipa integrará ainda a técnica do Museu Nacional do Azulejo, Lurdes Esteves.

A intervenção integra uma candidatura a fundos comunitários através do projeto M1420-05-2114-FEDER-000018, designada “Reabilitação e restauro do Convento de Santa Clara”, aprovada pelo Instituto de Desenvolvimento Regional, IP-RAM, por decisão datada de 2019/02/05. O valor total da candidatura corresponde a €2.299.797,20, sendo este o custo total elegível, com apoio FEDER de 85%, e inclui três componentes: 1. Beneficiação Global da Igreja e Convento de Santa Clara; 2. Conservação e Restauro do Património Artístico, Móvel e Integrado e 3. Divulgação.



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