O Museu Etnográfico da Madeira tem aumentado o número de partilhas virtuais, que permitem manter o envolvimento com o seu público virtual, mas convida-vos, a TODOS, a visitarem o museu e conhecer o nosso património cultural, nomeadamente as várias peças de artesanato que fazem parte do seu acervo e estão expostas na nossa exposição permanente e, periodicamente, em diferentes exposições temporárias. Teremos muito gosto na Vossa visita! E porque é um momento crítico para a nossa economia, decidiu criar esta rubrica ONLINE, “ARTESANATO MADEIRENSE – Valorize, compre o que é NOSSO”, procurando contribuir, desta forma, para a sua recuperação. Recorrendo ao nosso património cultural, procuramos manter viva a nossa Identidade e alimentar a esperança, através da criatividade. Com a partilha de obras de artesanato, de produção regional, o museu pretende dar a conhecer os artesãos madeirenses e incentivar a população em geral, a comprar o que é NOSSO. Esta semana, divulgamos as gaiolas e armadilhas, em cana vieira, de Avelino da Silva de Abreu Namora. A cana vieira, cana de roca ou cana-do-reino (“Arund Donax”), planta disseminada por todo o arquipélago, desenvolve-se tanto nos terrenos à beira mar, como na montanha. É facilmente reconhecível pelos tufos que formam os seus caules, longos e eretos, de uma cor verde clara, inconfundível. Esta matéria-prima era utilizada antigamente na produção de inúmeros artefactos, nomeadamente cestaria, brinquedos, instrumentos musicais e outros utensílios utilitários, como é o caso das tradicionais armadilhas para pássaros (alçapões ou gangorras) e gaiolas. A produção destes artefactos possui uma longa tradição na nossa Região. Antigamente, depois de confecionadas pelos artífices, as gaiolas eram transportadas com pássaros, até às feiras e mercados, onde eram comercializadas. Com a evolução tecnológica perderam grande parte do seu valor utilitário, o que quase levou à extinção desta atividade artesanal. Este artífice dá continuidade a esta atividade artesanal, confecionando e comercializando gaiolas e armadilhas, em cana vieira, na sua oficina, localizada no Sítio da Pedra Mole, freguesia do Campanário, concelho da Ribeira Brava. Presentemente estes artefactos são procurados, essencialmente, para fins decorativos.