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“Artesanato Madeirense– Valorize, compre o que é nosso”

Trabalho de construção de foles de ferreiro 07-03-2021 Turismo e Cultura
“Artesanato Madeirense– Valorize, compre o que é nosso”

O Museu Etnográfico da Madeira tem aumentado o número de partilhas virtuais, que permitem manter o envolvimento com o seu público virtual, mas convida-vos, a todos, a visitarem o museu e conhecer o nosso património cultural, nomeadamente as várias peças de artesanato que fazem parte do seu acervo e estão expostas na nossa exposição permanente e, periodicamente, em diferentes exposições temporárias. Teremos muito gosto na Vossa visita!

A rubrica “Artesanato Madeirense – Valorize, compre o que é nosso”, foi criada para apoiar os artesãos e a recuperação do nosso artesanato.

Através da partilha de obras de artesanato, de produção regional, o museu pretende dar a conhecer os artesãos madeirenses e incentivar a população em geral, a comprar o que é nosso. Esta semana, divulgamos o trabalho de construção de foles de ferreiro de José Carlos Santos.

Na freguesia de Ponta Delgada, mais precisamente nos sítios das três Lombadas, ainda se utilizam cabos aéreos, popularmente designados por fios de deitar lenha, como meio de fazer deslocar a carga nas serras (lenha, feiteira e “mato-bardo”), suspensa em ganchos de ferro, em locais distantes e de difícil acesso.

Outrora, estes fios eram utilizados em grande número, sobretudo nas freguesias da costa norte, nomeadamente Ponta Delgada, Boaventura, São Vicente e Seixal, onde predomina uma orografia montanhosa e muito acidentada, o que impossibilitava a utilização da corsa e do carro chião, meios de transporte de carga, utilizados em freguesias com uma orografia mais plana.

Associadas a esta atividade, estavam ligadas várias profissões, já extintas, algumas delas, entretanto, recuperadas, entre elas o mestre de soldar fios, que enxertava o fio, no cimo da serra, com o auxílio de um fole de ferreiro, mas de menores dimensões, por ele construído, para esse efeito.

O uso intensivo dos fios de deitar lenha, fazia com que estes, muitas vezes, acabassem por quebrar, caindo nos vales e nos penhascos.

Para soldar os fios existiam esses chamados metres de soldar fios, destacando-se o mestre José Libano, antigo morador no sítio da 1ªLombada, Ponta Delgada, muito requisitado para executar esta tarefa.

Estes mestres transportavam, às costas, até ao cimo da serra, estes pequenos “foles de ferreiro”, necessários para atiçar as brasas e aquecer fio de cobre, de forma a poderem unir as pontas do fio, quando quebrava.

A arte de soldar os fios de carga, e as técnicas de construção do fole, utilizado nesta tarefa, foram recentemente recuperadas por José Carlos Santos, neto do mestre José Libano, com quem aprendeu o ofício.


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