A qualidade ambiental das praias tem vindo a adquirir uma importância crescente entre os critérios de escolha de destino turístico. A atual Diretiva 2006/7/EC, de 15 de fevereiro defende toda uma estrutura de proteção da qualidade da água balnear e zona envolvente bem como a saúde dos seus utilizadores. Também a Organização Mundial de Saúde no guia “Guidelines for safe recreational waters Volume 1 - Coastal and fresh waters” (publicado em 2003) exprime a preocupação com a qualidade das areias da praia por estas poderem constituir um reservatório de agentes de infeção, sobretudo em zonas balneares onde a utilização da areia apresenta maior relevância. A qualidade das areias das praias é influenciada positivamente por fatores tais: como: a recolha frequente do lixo abandonado na areia; remoção mecânica diária de lixos, revolvendo o areal, arejando-o e renovando a exposição da areia aos raios UV do Sol; colocação de recipientes de lixo adequados às dimensões da praia e espaços adjacentes; tratamento das areias para redução do número de microrganismos; limitar o acesso às praias por trajetos bem definidos; identificação e tratamento de fontes de contaminação adjacentes à praia. Por outro lado, lixo abandonado na areia e dunas; sobrelotação das praias por parte dos banhistas; admissão de animais domésticos sem recolha das suas fezes; abandono na areia de peixes e crustáceos utilizados na atividade da pesca de rede; aves marinhas; matéria orgânica no meio envolvente à praia são fatores que podem influenciar negativamente a qualidade das areias das praias. Por esse motivo a Direção Regional da Saúde iniciou em 2010 um Programa de Vigilância Sanitária da Qualidade Microbiológica das Areias em Zonas Balneares, de forma a avaliar a qualidade bacteriológia e micológica das areias na Região Autónoma da Madeira. Assim, de junho a setembro são realizadas quatro colheitas mensais nas zonas balneares com areia. As colheitas são efetuadas na zona de areia seca, por ser o local onde normalmente há maior concentração e permanência de banhistas. Os indicadores com melhor desempenho são os coliformes totais, a Escherichia coli e os enterococos intestinais em Bacteriologia e os fungos leveduriformes, fungos potencialmente patogénicos e alergogénicos e dermatófitos, em Micologia.