O Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, foi preletor quarta-feira, 10 de abril, de uma conferência, no âmbito do Curso de Defesa Nacional, subordinada ao tema "Autonomia e Governo Regional".
Na ocasião, perante 52 auditores do Programa do Curso de Defesa Nacional, alguns, oriundos de Angola, Moçambique e Cabo Verde, Miguel Albuquerque assegurou que a autonomia política é a melhor solução para as regiões autónomas, correspondendo a uma aspiração da população, não só por esbater a periferia em relação ao país e à Europa, mas também pelo imperativo de desenvolvimento económico, social e cultural.
Exemplificando, com dados atuais, ainda no contexto da autonomia política como ferramenta para o desenvolvimento e para o crescimento, o líder do executivo apontou diversos indicadores, tais como o crescimento da economia regional há 66 meses consecutivos, a taxa de desemprego, não obstante o número considerável de inscritos oriundos da Venezuela, a retoma do investimento privado acompanhada de políticas de redução dos impostos diretos sobre empresas e famílias e ainda o saldo positivo da balança comercial - valor das exportações acima do das importações - há dois anos consecutivos, tendo por base um esforço e uma aposta na diversificação da economia regional.
"A nossa economia é, neste momento, uma economia virada para o exterior. É uma economia que está a crescer, com uma aposta na incorporação de know-how tecnológico. E isto está também muito ligado à formação que estamos a dar aos nossos jovens", referiu o governante.
Paralelamente, em termos geopolíticos, sublinhou a necessidade de o país assumir a sua matriz euroatlântica, através de uma aposta inequívoca na economia do mar. Algo que, conforme salientou, a Madeira vem já fazendo, quer através do Registo Internacional de Navios, quer através da aquicultura e respetivo centro de investigação.
Miguel Albuquerque considerou ser primordial Portugal aproveitar a sua plataforma continental - uma das maiores do mundo - e influenciar, em nome do interesse nacional, mas também do da própria União Europeia, a Comissão a assumir toda a sua importância estratégica e dimensão, conferida pelas Regiões Ultraperiféricas.
"Portugal tem de lutar para que a política atlântica da UE não seja uma miragem em relação à política continental", vincou o chefe de Governo.
Neste sentido, o líder do executivo defendeu o acelerar da cooperação entre a UE e os Estados Unidos, nomeadamente no setor energético, como forma reduzir a dependência do centro e do leste da Europa face à Federação Russa.
A referida cooperação implicará, indicou o governante, o Atlântico e os portos da Península Ibérica, nomeadamente Sines.
Miguel Albuquerque sinalizou, por último, a cooperação na segurança e defesa como decisivas para o futuro da UE, lembrando tratarem-se de temas, onde, atualmente, não há plataforma de entendimento mínimo.
"Se a Europa não tiver vontade política na Defesa vai ficar refém de terceiros. E isso é fatal", concluiu o líder madeirense.