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Viola de Arame em tom de livro
Obra de Vítor Sardinha contextualiza instrumento tradicional da Madeira no mundo.
01-03-2018
Educação, Ciência e Tecnologia
«Um documento cultural que consolida a prática que já existe.» Foi assim que o Secretário Regional de Educação, Jorge Carvalho, descreveu o livro “A Viola de Arame: práticas e contextos”, da autoria de Vítor Sardinha, apresentado terça-feira (27 de fevereiro), no Conservatório – Escola Profissional das Artes, Eng. Luiz Peter Clode.
Jorge Carvalho leu um excerto do livro – «o complemento para a sua compreensão [da viola de arame] estará nos processos de identificação, documentação, pesquisa, preservação, proteção, promoção, valorização, transmissão e revitalização da sua prática» - para constatar ser aquela a aposta do Governo Regional.
«É tudo isto que fazemos nas nossas escolas, é essa a responsabilidade da Educação: preservar e promover a nossa cultura. Às vezes esquecemo-nos de valorizar aquilo que é nosso, deixamo-nos aculturar facilmente e esquecemos o legado de gerações. Cabe a cada geração preservar e divulgar esse legado, aqui traduzido em livro para valorizar este património musical junto das gerações futuras», observou, elogiando o novo contributo de Sardinha para a comunidade.
«É preciso uma dose de coragem para traduzir no papel o trabalho de investigação, o conhecimento adquirido, o pensamento criado e dá-lo a todos», concluiu o Secretário Regional.
Vítor Sardinha resumiu apaixonadamente aquele que entende ser um regresso da viola de arame às origens, considerando que este devia ser o instrumento símbolo de Portugal.
«Data de 1572 o primeiro regimento dos mestres de violaria da cidade de Lisboa, que disseminaram o processo de construção da viola de arame por todo o império português. Esse manual de construção, de elevada qualidade, é ainda seguido em todo o mundo», constatou Vítor Sardinha nas suas visitas a Castro Verde (Alentejo), São Miguel (Açores), Santiago (Cabo Verde) e Sabará (Minas Gerais, Brasil). «Com este instrumento toca-se todos os géneros: flamenco, jazz, chorinho, samba, folclore, etc.; é obrigatório nos dois géneros musicais mais antigos que a Região tem, o xaramba na Madeira e o baile da meia volta no Porto Santo», sublinhou, considerando que as centenas de alunos e as dezenas de professores envolvidos no estudo da viola de arame traduzem o seu «regresso a casa» depois da expansão pelo mundo.
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