A iniciativa, que decorre até ao dia 16, pretende exercitar e avaliar a capacidade de resposta do Exército face à ocorrência de ciberataques, de âmbito nacional ou internacional, nomeadamente afetando as suas Comunicações e Sistemas de Informação que suportam o Comando e Controlo (C2) e que, por essa razão, ponham em causa a obtenção da superioridade de informação das Forças Terrestres.
Constituindo uma oportunidade única de treino cooperativo, oferecida também a organizações externas ao Exército, a Direção Regional do Património e Informática (DRPI), a convite daquele Ramo das Forças Armadas, integra, pela terceira vez, o grupo de mais de 60 organizações nacionais envolvidas. Não será alheia a esta adesão muito significativa a circunstância de estar em vigor o Regulamento Geral de Proteção de Dados, bem como a legislação nacional que transpôs a diretiva NIS, no que à proteção de infraestruturas críticas e serviços essenciais dizem respeito.
Este exercício materializa, assim, uma oportunidade para a condução de treino especializado, contribuindo para a consolidação da edificação da capacidade de ciberdefesa no Exército e para a Cibersegurança Nacional, permitindo à Região analisar as vulnerabilidades e avaliar os riscos emergentes do ciberespaço, incluindo os condicionamentos que a descontinuidade territorial comporta e a consequente dependência das comunicações transmitidas através de cabo submarino, testando, para esse efeito, procedimentos e capacidades.
Consciente da importância crescente desta temática e da necessidade de estreitar a cooperação civil-militar (CIMIC) neste domínio, o Exército, segundo uma lógica de serviço público, assumiu o compromisso de apostar no desenvolvimento de iniciativas concretas com o Governo Regional.
Ao longo do exercício “CIBER PERSEU 2018”, a Zona Militar da Madeira e o Governo Regional, através da DRPI, e outros organismos da administração pública, estão envolvidos na resolução de uma crise no ciberespaço, procurando assim, maximizar a resultante dos seus esforços conjuntos, contribuindo para a mitigação dos efeitos dos ciberataques e para a gestão dos riscos que uma situação desta natureza coloca à Região.
Neste contexto, está empenhada uma equipa tática especialmente dedicada à gestão de incidentes de segurança nas instalações da DRPI e no Palácio de São Lourenço, estará sedeada a célula de gestão de crises CIMIC (incluindo jogadores e observadores de organizações públicas e privadas), tudo sob o controlo de execução do exercício a funcionar na Academia Militar, em Lisboa, para onde foi projetado um especialista da DRPI.
Teremos também duas equipas (DRPI e In-Formar) compostas por cinco elementos cada que estarão empenhadas num exercício técnico designado Cyber Range, onde terão oportunidade de trabalhar em ambiente simulado com ameaças e ferramentas reais. Também deslocar-se-á a Lisboa um segundo especialista da DRPI para um treino competitivo, designado CTF – Catch the Flag, com o propósito de penetrar e atingir um objetivo dentro de uma infraestrutura informática (hacking).
Na Região, este exercício acolhe com o estatuto de “jogador”, para além da DRPI, o IASAÚDE, o Serviço Regional de Proteção Civil, a Investimentos Habitacionais da Madeira, Companhia Logística e Combustíveis da Madeira e a In-Formar.
A nível nacional destacamos, o Ministério da Administração Interna, a Força Aérea Portuguesa, a Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública, a EDP, o Santander, o Instituto de Informática, a Autoridade Tributária e Aduaneira, entre outras entidades e organismos civis.
Com o estatuto de “observador”, o “CIBER PERSEU 2018” contará com a presença de entidades tão diversas como o Governo Regional dos Açores, e ao nível da Região, a Empresa de Eletricidade da Madeira, a Assembleia Legislativa, o SESARAM, o Instituto de Emprego da Madeira, a Águas e Resíduos da Madeira, o Colégio Salesiano, a Squalo Cybersystems e a MC Computadores. Destaque também para o Grupo Sousa, que participa como observador e um dos patrocinadores do evento.