40 investigadores embarcaram numa expedição científica às Ilhas selvagens, a EXPEDIÇÃO SELVAGENS 50, uma jornada científica que decorrerá no território mais a Sul de Portugal até o dia 1 de maio de 2023. A EXPEDIÇÃO SELVAGENS 50 é organizada pelo Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN), entidade gestora do espaço, e enquadra-se nas celebrações dos 50 anos da Reserva Natural das Ilhas Selvagens, surgindo também na sequência do recente alargamento da reserva em área e no regime de proteção total na sua área marinha.
A visão subjacente a esta iniciativa passa por olhar o passado, avaliar o presente e preparar o futuro. Ao juntar cerca de 40 investigadores, gestores e técnicos, de muitas instituições regionais, nacionais e internacionais, este momento pretende ser também um fórum de discussão e reflexão efetuado in loco, que terá como principal output a criação de um programa de monitorização a longo prazo. Um programa que se pretende devidamente documentado, baseado na ciência, e que permitirá ir ao encontro do exigente desafio de gerir um dos mais pristinos espaços naturais do Atlântico.
Relativamente a expedições anteriores, a SELVAGENS 50 marca a diferença pela sua abrangência territorial, sendo que serão avaliados os habitats terrestres, assim como também os marinhos. As equipas de trabalho abordarão 9 áreas de trabalho em terra e 12 no mar. Muitos são os grupos a serem avaliados desde os briófitos, moluscos e repteis terrestres, até aos campos de rodólitos que se encontram a maiores profundidades, passando pelas comunidades das zonas inter-marés, à fauna costeira e pelágica (ver detalhes e plano da expedição em www.ifcn.madeira.gov.pt).
Os promotores da iniciativa apontam para a publicação do primeiro documento de monitorização até ao fim do corrente ano, onde alguns dados preliminares deverão já ser apresentados.
A Reserva natural das Ilhas Selvagens foi criada em 1971, sendo a primeira de Portugal. Deste então tem vindo a se afirmar como a referência internacional, tendo recebido alguns reconhecimentos como o diploma Europeu para a Áreas Protegidas do Conselho da Europa e a Classificação de Blue Park (anterior galardão Glores). Uma expedição liderada por Enric Sala, National Geographic, em 2015, considerou que o mar das Selvagens está entre os mais pristinos do mundo.