Estes dados assumem ainda maior relevância quando comparados com as previsões da recuperação do tráfego aéreo por países da Europa e de fora do continente, recentemente divulgada na conferência de Bruxelas da “A4E Aviation Summit”.
Na realidade, a projeção para o Verão IATA 2022, que se cinge a passageiros e não ao número de lugares, aponta para Portugal, no seu todo, um acréscimo de apenas 1% de passageiros face ao período homólogo de 2019. Ainda assim, é dos países que se prevê ter o melhor desempenho neste Verão, apenas superado na Europa pela Grécia, que espera um acréscimo de 10% de passageiros. Mesmo no resto do mundo, só o México, com +1%, o Egipto, com +2%, e Marrocos, com +11%, projetam recuperações este verão.
A Alemanha ficará abaixo com -18% em relação a 2019, o Reino Unido terá -10%, e a França e a Holanda perspetivam -8 por cento.
A nível da recuperação do tráfego aéreo por companhias os dados apontados na referida conferência mostram que a ‘TAP’ terá -15% do que em 2019, a ‘easyJet’ -3% e a ‘British Airways’ -9%. Por seu turno, a ‘Ryanair’ estará com +12% e a ‘Wizzair’ com +44%.
Números de março
já indicam crescimento
Curiosamente, dados acabados de divulgar numa reunião internacional da Eurocontrol, já dão indicações da diferença de registos na Madeira em relação aos outros aeroportos europeus.
Na análise feita entre 21 e 27 de março últimos verifica-se que, em termos globais, na Europa, operaram 76% do número de voos em relação ao período homólogo de 2019, o que traduz -24%.
Contudo, no conjunto dos aeroportos da RAM (Madeira e Porto Santo), naquele mesmo espaço temporal, existiram 217 frequências, contra as 206 frequências de 2019. Isto representou que existiram naqueles dias +5,34% do número de voos do que no ano em comparação. Nenhum dos 10 principais aeroportos da Europa registou esta performance em termos de tráfego.
1,5 milhões
de lugares no verão
Em relação à Madeira, há a referir que a programação atual das companhias aéreas para o Verão IATA (aproximadamente sete meses, entre 27 de março e 29 de outubro), aponta uma realização superior a mais de 8,4 mil frequências, as quais se traduzirão uma oferta superior a 1,5 milhões de lugares.
O incremento previsto para este ano em comparação com 2021 também é relevante, sobretudo se tivermos em linha de conta que foi a partir do segundo semestre do ano anterior que se acentuaram as viagens para a Madeira no período pandémico. Assim, a variação entre as duas estações é de +77% no número de lugares e de +72% no registo de frequências.
Os dados estatísticos permitem apurar também a realidade de 2020, um ano em que, apesar da pandemia, já evidenciou registos de operações significativas na Região a partir de julho. De qualquer forma, a diferença entre o que se perspetiva para este verão e o que se verificou naquele ano é acentuada, com +375% na oferta de lugares e +346% nas frequências.
TAP com mais
quota de mercado
Detalhando a análise para o Verão IATA 2022 na Madeira, temos a ‘TAP’ na frente, com uma quota de mercado na ordem dos 22%.
Seguem-se as companhias ‘easyJet’, com uma quota de 18%, ‘Ryanair’ com 15%, a ‘Transavia’ e o Grupo Tui (‘TUI Airways’, ‘TUI Fly’, ‘TUI Belgium’ e ‘TUI Netherlands’), com 6% cada uma.
Nos lugares posteriores temos a ‘Jet2’, o Grupo Lufthansa (‘Lufthansa’, ‘SWISS’, ‘Austrian Arlines’, ‘Eurowings’ e ‘Eurowings Discover’) e a ‘Binter’ (incluindo a linha do Porto Santo, com 424 frequências), com cerca de 4% cada, a ‘Azores Airlines’ com 3%, e muitas outras transportadoras com menor expressão nesta análise, mas que, no seu conjunto, são igualmente relevantes.
Aumento da oferta revela
resposta às nossas propostas
O Secretário Regional de Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, considera a oferta de frequências e de lugares para este verão “um excelente indicador de que os mercados estão a responder muito bem às propostas de destino seguro, alicerçado nos pilares da oferta do destino Madeira que são a montanha, o mar e a cultura ímpar e distintiva que nos tornam únicos”.
“Depois das incertezas que o mundo viveu com a pandemia, com consequências na economia, e no turismo, em particular, termos uma programação para a Madeira que revela um crescimento acentuado, não apenas em relação a esse ano de 2020 e o seguinte, mas, acima de tudo com 2019, onde a normalidade era transversal em todos os destinos, só nos pode deixar satisfeitos pelo desempenho da Região e dos players do setor locais. Não posso aqui deixar de referir o esforço promocional que está a ser feito para que haja uma adequada resposta do mercado a este nível da oferta de lugares por parte da aviação e a aposta contínua dos operadores internacionais que mantêm intactas as razões da escolha do destino, reconhecendo-lhe ainda a segurança que os viajantes passaram a equacionar na escolha das suas viagens”, complementa o governante.