O secretário regional de Economia,
Rui Barreto, participou hoje, 9 de junho, na 4ª conferência “Pensar o Futuro”
da Madeira, uma iniciativa promovida pelo Diário de Notícias.
Na sua intervenção, o governante contextualizou
o momento de crise económica provocada pela pandemia da Covid-19, uma crise que é “uma paragem cardíaca para a economia".
“Já tivemos crises de dívidas soberanas, mas nunca uma paragem
abrupta da economia e naturalmente que isto tem consequências muito graves”. Aqui na Madeira o impacto da contracção da economia será muito superior”, alertou.
Rui Barreto elencou as medidas lançadas
pelo Executivo para conter os impactos da pandemia na Economia, nomeadamente, a
linha de apoio à tesouraria das empresas, Investe RAM Covid-19, no montante de
100 milhões de euros, uma linha que é complementar apoio do lay-off
simplificado.
O secretário regional da Economia
revelou ainda preocupação com a perda de receitas fiscais na região, estimada
em 195 milhões de euros, até ao final do ano. Por outro lado, referiu, a região
já investiu cerca de 120 milhões de euros em medidas emergenciais para apoiar a
economia e as empresas. Também na área social, através do Fundo de Emergência
Social, o Governo “já tem um pacote de investimento de 250 milhões de euros. Se
há dívida que está respaldada é aquela que vamos constituir para apoiar a
economia”, considerou.
Referindo-se ao futuro e ao
documento orientador que se encontra a ser preparado pela secretaria da Economia,
o Plano Estratégico para a Economia da Madeira, recordou que “esta é
uma oportunidade para olharmos para as nossas capacidades, para a agroindústria,
para consumir localmente, para que a própria União Europeia possa valorizar a produção
Europeia, para que não estejamos tão dependentes do exterior. Para isso, afirma,
“é necessário um estudo, não só de diagnóstico, para apurar o impacto que esta
pandemia teve nas nossas capacidades económicas, mas para olharmos para as
nossas capacidades e lançarmos um plano de relançamento da nossa economia.”
“Este deve ser um documento orientador, juntado todos os
agentes da sociedade civil. Nós todos temos de ter uma postura de contribuição.
Vamos aproveitar esta situação para voltarmos a crescer e a crescer de uma
forma mais sustentada".
Terminando a sua intervenção, o governante lamentou a falta
de solidariedade da República em relação à região no que diz respeito à
autorização do aval para a região contrair os empréstimos. “Na semana passada
tivemos uma autorização do parlamento nacional para a suspensão da lei das
finanças, esperamos que essa decisão não fique na letra da lei mas seja
concretizada”, reiterou.
Até agora, garante, do Governo da República até à região “pouco
ou nada chegou e se o lay-off chegou é porque os madeirenses também contribuem
para a segurança social e, portanto, isso não é solidariedade”, concluiu.
Atualmente, a Madeira tem cerca de 3200 empresas em lay-off o que corresponde a 43 500
trabalhadores com menor rendimento.
Refira-se que este debate
transmitido através de plataforma digital e moderado pelo jornalista Leonel
Freitas, contou também com a participação da Empresária Cristina Pedra, do CEO
da Previsão Dinâmica, Gregório Mourinho, do Administrador da ECAM, Sérgio Jesus,
e de Roberto Figueira, Partner da PKF Madconta.