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Empresas “despacharam” num ano 257 toneladas de peixe-espada dos entrepostos

Estes valores incluem as duas principais espécies de pescado com maior valor comercial na fileira de pesca da Região, o atum e o peixe-espada preto 24-01-2022 Mar e Pescas
Empresas “despacharam” num ano 257  toneladas de peixe-espada dos entrepostos

 

As taxas de ocupação nos entrepostos frigoríficos das lotas do Funchal e Caniçal, a 30 de Dezembro de 2021, eram de 49,26% no Caniçal e 43,76% no Funchal.  Se recuarmos a Janeiro do mesmo ano, as taxas cifravam-se nos 64,38% no Caniçal e 74,43% no Funchal.

 

Estes valores incluem as duas principais espécies de pescado com maior valor comercial na fileira de pesca da Região, o atum e o peixe-espada preto, mas também a pota que os pescadores utilizam como isco para a captura do peixe-espada.

 

No total das três espécies referidas, os entrepostos frigoríficos do Funchal e Caniçal, no início de Janeiro de 2021, tinha em stock 1 130 558 toneladas de pescado em conservação, valores que em Dezembro desceram para as 733 165 toneladas, representando uma redução de 397 393 toneladas.

 

Apesar da crise sanitária e consequente quebra abrupta da economia mundial, o setor das pescas manteve-se sempre ativo da Região, tendo assegurado o abastecimento de peixe às populações. Mas o encerramento da hotelaria e restauração, a quebra do consumo interno e das exportações fizeram com que a rede de entrepostos frigoríficos tivesse ficado muito próxima da rutura, com reduzida capacidade de congelação e conservação, em especial ao nível do peixe-espada.

 

Numa análise aos stocks de peixe-espada existentes entre Janeiro de 2021 e Dezembro do mesmo ano, verifica-se que as três principais empresas privadas que operam no setor das pescas tinham 541 984 toneladas daquele pescado nos túneis de frio dos entrepostos frigoríficos do Funchal e Caniçal.

 

Em Dezembro de 2021 havia apenas 285 055 toneladas. Este valor indica que as empresas aliviaram a ocupação em 256 928 toneladas, contribuindo para que a capacidade de frio nas duas lotas, Funchal e Caniçal, seja presentemente superior a 50%.

 

Estes indicadores são um sinal de que a crise pandémica, apesar de ainda muito presente na vida dos madeirenses, tem permitido ao setor das pescas se aproximar dos níveis pré-pandemia, contribuir para o aumento da riqueza regional, evitar a rutura na capacidade de conservação dos entrepostos frigoríficos e melhorar a saúde financeira das empresas.

 

Confrontado com esta estatística, o secretário regional de Mar e Pescas adiantou ao DN que os “números são um importante indicador do bom comportamento das empresas com atividade centrada no setor das pescas”.

 

Teófilo Cunha destaca o facto de em apenas um ano, entre Janeiro e Dezembro de 2021, as empresas terem retirado, no total das três espécies, tunídeos, peixe-espada e pota, cerca de 400 toneladas dos entrepostos frigoríficos do Funchal e Caniçal, sendo que, deste valor, 256 928 toneladas são de peixe-espada.

 

“É de louvar este esforço das empresas, quando estamos a enfrentar uma crise sem precedentes na história recente da Humanidade”, destaca o governante. “As taxas de ocupação nas lotas representam uma grande descida e isso deve-se à resiliência das nossas empresas e à capacidade de exportação, numa dinâmica que contribui para o aumento da riqueza regional e o assegurar dos postos de trabalho.”

 

A lota do Funchal tem uma rede de frio com capacidade para conservar cerca de 1 000 toneladas e o Caniçal à volta das 600 toneladas.  

 

O consumo interno de peixe-espada é tendencionalmente fresco. Estima-se que os madeirenses consomem entre 12 a 15 toneladas por semana.  


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